
O abandono do conjunto de prédios Paulo Lúcio Nogueira, o CDHU, na zona sul de Marília, vira caso de atenção para saúde além do rombo milionário para prefeitura e Estado.
Os prédios sofreram interdição por riscos de desabamento e, vazios, acumularam saques e danos. Hoje são centros de entulho, mata, uso indevido e preocupação para doenças.
A Secretaria da Saúde iniciou na semana passada uma vistoria ao local para busca de pontos de riscos que vão do mosquito da dengue a abrigo de animais peçonhentos.
Os 880 apartamentos não tem portas, vedação de encanamento, janelas, cobertura no telhado de todos os blocos ou capinação do mato que se acumula.
A vistoria ainda não provocou nenhum anúncio de medidas específicas para o local, embora a cidade já esteja em mutirão de limpeza e controle da dengue e do mosquito Aedes aegypti.

Rombo milionário
E além de virar atenção de sangue o abandono do CDHU só amplia o desenho de rombo milionário. O ano de 2025 já acumula novas ações e condenações de ex-moradores com pedidos de indenização.
A interdição ocorreu após seis anos de discussão judicial sobre necessidade de obras. Entre 2018 e 2024 a prefeitura e a CDHU arrastaram o caso e negaram responsabilidade.
A cada pedido com condenação a prefeitura e a CDHU acumulam dívida de R$ 30 mil a ser corrigida. Há casos de dois ou mais moradores com direito a indenização no mesmo processo.
Não há um balanço sobre o total de ações já em tramitação, mas contagem superficial mostra em torno de 300 casos. Já seriam R$ 9 milhões, fora as correções. O potencial é de ser mais que o dobro.
Representa dizer que a fata de obras para manter os prédios pode deixar uma conta equivalente a um novo bairro popular de pequeno porte. Sem falar do que já custou em aluguel social e mudanças.
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