Falta de hospedagem para a COP 30 faz preços dispararem

Foto: Belém 360°

O jornal Estado de S. Paulo publicou matéria na última quinta-feira (3), sobre a escassez de leitos de hospedagem e a disparada de preços de casas para locação e hotéis em Belém, na COP 30, que têm fixado preços exorbitantes de até R$2 milhões. Às embaixadas estrangeiras, a orientação dada é que aguardem a plataforma oficial de gerenciamento de hospedagem que será lançada pelo Brasil.

Outra matéria da ClimaInfo, informa que uma suíte com cama de casal, na região central de Belém, por 11 noites durante a COP30, está saindo por inacreditáveis R$ 1,3 milhão. Esse é o cenário enfrentado por muitas pessoas que tentam se programar para participar da Conferência do Clima na capital paraense em novembro: oferta escassa e preços abusivos – em alguns casos, proibitivos.

Capital Reset destacou a dificuldade enfrentada por negociadores e observadores na busca por hospedagem na COP30. Nas plataformas online, como Booking e AirBnB, várias opções estão sendo oferecidas com preços em torno de R$ 100 mil a diária. O valor é tão grande que, em alguns casos, seria mais barato comprar o imóvel do que alugá-lo.

A situação reforça uma preocupação antiga com a realização da COP30 em Belém: a baixa capacidade de sua rede hoteleira. Mesmo com projetos recentes para construção de novos hotéis e hospedagens, a expansão tem sido lenta; vários hotéis da cidade já estão com reservas esgotadas durante o período da Conferência, mesmo faltando dez meses para o evento.

Em entrevista à Agência Brasil, o presidente da seção paraense da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-PA), Antônio Santiago, disse que o setor estima que cerca de 40 mil pessoas participem da COP30 em Belém. Hoje, a cidade conta com 18 mil leitos de hotel e espera expandir essa capacidade para 45 mil a 50 mil leitos até novembro.

Ao mesmo tempo, as autoridades federais e paraenses enfrentam dificuldades para viabilizar opções alternativas de hospedagem, como navios de cruzeiro. Um dos projetos iniciais, que envolvia a dragagem do porto de Belém para permitir a ancoragem dessas embarcações de luxo, não sairá do papel. O processo, que se estenderia ao terminal petroquímico de Miramar e ao porto de Outeiro revolveria 6,14 milhões de metros cúbicos do leito do rio Amazonas, a um custo de R$ 210 milhões. Mesmo com análises técnicas indicando possíveis impactos ambientais negativos da obra, a licitação foi aberta em outubro pela Companhia Docas do Pará (CDP). De acordo com o Ministérios de Portos e Aeroportos, a licitação acabou cancelada “porque não houve empresas que atendessem às condições estabelecidas no edital”. Folha e Pará Terra Boa deram mais detalhes.

Com a suspensão da obra, o porto de Outeiro, a 30 km do centro de Belém, foi escolhido como novo espaço para a atracagem dos navios de cruzeiro. Porém, como mostrou a Folha, o porto tem um entorno populoso, com casas próximas ao terminal, sem acesso a serviços básicos como saneamento. Segundo a reportagem, a escolha foi feita sem o acompanhamento detalhado de medidas que beneficiem a população próxima ao porto.

Em tempo: O Globo destacou o resultado de uma pesquisa da VTrends, da Vivo, sobre a opinião dos brasileiros acerca da COP30. Segundo o levantamento, uma em cada três pessoas está familiarizada com a temática do evento, sendo que quase metade delas (46%) acredita que a COP deverá contribuir para que o governo tome mais medidas de combate às mudanças climáticas. Outros 45% entendem que o evento vai ajudar na conscientização da população.

 

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