A Vila da Barca não é o vaso sanitário da Doca, diz educadora

A “Nova Doca”, na Avenida Visconde de Souza Franco, obra executada pelo governo do Pará em preparação da cidade para receber a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), em novembro deste ano, passou a ser alvo de críticas por parte de ambientalistas e moradores da Vila da Barca, comunidade às margens da Baía do Guajará, em Belém/PA, depois de matéria publicada pelo site Alma Preta. A reportagem mostra que o esgoto da Doca e entulhos da obra estão sendo despejados na comunidade.

“A Vila da Barca não é o vaso sanitário da doca. Para eles, um parque linear, com orçamento de 310 milhões. Para Vila da Barca, o cocô. Não ficaremos caladas, não queremos essa obra aqui na nossa baixada, que o esgoto sanitário deles fique para eles. Queremos: cultura, educação, moradia digna, água encanada e também o nosso esgoto funcionando”, protestou a educadora amazônida e moradora local, Inêz Medeiros @inezitamedeiros), em vídeo que repercute pelas redes sociais.

A vereadora de Belém, Vivi Reis (Psol), repercutiu na Câmara Municipal a denúncia apresentada pelos moradores e classificou como um triste exemplo de racismo ambiental: “o governo do Estado desapropriou recentemente um prédio na Vila da Barca para o despejo do esgoto da Doca, sem consulta prévia à comunidade”, disse a parlamentar.

O questionamento também foi feito pelo ex-vereador Fernando Carneiro: “COP para quem? A Vila da Barca não é depósito do Cocô da Doca! A “Nova Doca” vai custar, por baixo, mais de 310 milhões de reais e deveria, além de embelezar a Doca, tratar de dar condições dignas para os seus vizinhos da Vila da Barca”, disse ele.

A Nova Doca, cujo valor estimado é da ordem de mais de R$ 310 milhões, provenientes de convênio com o governo federal, através da Itaipu Binacional, tem prazo de entrega para o segundo semestre de 2025.

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