Fux interrompe julgamento de mulher que Pichou Estátua

 

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu nesta segunda-feira, 24 de março de 2025, o julgamento de Débora Rodrigues dos Santos, acusada de pichar a estátua “A Justiça” com a frase “perdeu, mané” durante as manifestações de 8 de janeiro. A decisão ocorreu no âmbito da 1ª Turma do STF, em um processo que tramitava no plenário virtual desde a última sexta-feira, dia 21, com prazo original para conclusão até o dia 28. Fux, ao pedir vista, optou por mais tempo para analisar o caso, interrompendo a votação que já contava com dois votos pela condenação da ré a 14 anos de prisão, proferidos pelos ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino. O fato aconteceu em frente ao prédio do STF, na Praça dos Três Poderes, em Brasília, e agora o processo fica sem data definida para retomada. A suspensão reflete a cautela do magistrado diante de um caso que mobiliza debates jurídicos e sociais, enquanto a defesa de Débora segue questionando a proporcionalidade da pena proposta. A ação tramita sob a relatoria de Moraes, e a pausa imposta por Fux adia a decisão final sobre a cabeleireira, que está presa preventivamente desde março de 2023.
Contexto Jurídico da Suspensão

O julgamento de Débora Rodrigues dos Santos começou em ambiente virtual, formato em que os ministros apenas depositam seus votos no sistema eletrônico do STF, sem debates presenciais. A 1ª Turma, composta por cinco magistrados — Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux —, analisa a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), que acusa a ré de crimes relacionados às manifestações de 8 de janeiro. Antes da interrupção, Moraes, relator do caso, votou pela condenação a 12 anos e 6 meses de reclusão em regime fechado, além de 1 ano e 6 meses de detenção, enquanto Dino acompanhou integralmente o entendimento. A frase “perdeu, mané”, escrita com batom na estátua, remete a uma fala do presidente do STF, Roberto Barroso, dita em 2022 a um manifestante em Nova York. A defesa argumenta que não há provas de que Débora tenha entrado em prédios públicos ou praticado atos além da pichação, mas os ministros que já votaram sustentam a tese de crime multitudinário, em que a responsabilidade penal pode ser compartilhada entre participantes de ações coletivas. Fux, ao pedir vista, não apresentou justificativas detalhadas, mas a praxe indica que busca aprofundar a análise jurídica antes de se posicionar.

Impactos e Perspectivas do Atraso

A suspensão do julgamento por Luiz Fux traz desdobramentos tanto para o andamento do processo quanto para a percepção pública sobre o caso. Com a paralisação, a formação de maioria pela condenação, que poderia ocorrer com apenas mais um voto favorável entre os três ministros restantes, fica temporariamente travada. Isso prolonga a incerteza jurídica para Débora, que segue em prisão preventiva há mais de dois anos, sob ordem de Moraes, enquanto sua defesa destaca a situação de seus dois filhos menores de idade. Juridicamente, a pausa pode abrir espaço para uma revisão mais detalhada dos argumentos apresentados, especialmente sobre a proporcionalidade da pena e a caracterização dos crimes imputados. Além disso, o caso ganhou repercussão midiática, com figuras como o ex-presidente Jair Bolsonaro criticando a condução do processo nas redes sociais. Para analistas, a decisão de Fux reflete a sensibilidade do tema no STF, que busca equilibrar a aplicação da lei com a análise minuciosa de um episódio emblemático. A retomada dependerá exclusivamente da iniciativa do ministro, que agora detém o controle do ritmo do julgamento.

Próximos Passos no Caso

A interrupção do julgamento de Débora Rodrigues dos Santos deixa o caso em compasso de espera, enquanto o STF segue lidando com processos relacionados às manifestações de 8 de janeiro. Sem uma data definida para retorno, o foco recai sobre Luiz Fux, cuja análise pode influenciar os votos pendentes de Cristiano Zanin e Cármen Lúcia, além de consolidar ou alterar o placar atual de 2 a 0 pela condenação. Para a defesa, o atraso oferece uma janela para reforçar os argumentos contra a pena proposta, enquanto a PGR mantém a pressão pela responsabilização penal. O desfecho do processo, quando ocorrer, terá implicações não apenas para a ré, mas também para a jurisprudência sobre crimes multitudinários no Brasil. Enquanto isso, o caso segue acompanhado de perto por juristas e pela sociedade, que aguardam um posicionamento definitivo da 1ª Turma. Até lá, Débora permanece detida, e o STF continua sob os holofotes em um julgamento que testa os limites da justiça em episódios de forte carga simbólica. Acesse mais detalhes em Agora Notícias Brasil e na categoria Justiça.

 

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