Na manhã do incidente, Coelho relatou ter sido impedido de entrar no plenário, mesmo sendo advogado constituído no caso, e, após protestar, foi detido temporariamente. Ele afirma que os seguranças chegaram a citar uma ordem do ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, mas recuaram após a exigência de um representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A liberação ocorreu sem registro formal de ocorrência, o que intensificou a busca do desembargador por transparência no episódio.
Detenção no Supremo
A prisão de Sebastião Coelho aconteceu em um contexto de tensão no STF, durante uma sessão da Primeira Turma que julgava um caso de relevância nacional. Coelho, que já foi desembargador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), e Edson Marques, seu colega na defesa de Filipe Martins, chegaram ao tribunal com a intenção de assistir ao julgamento presencialmente. Contudo, foram barrados na entrada do plenário, apesar de, segundo a petição, haver lugares disponíveis. O advogado Edson Marques havia ligado no dia anterior, 24 de março, para a Secretaria da Primeira Turma, perguntando sobre a necessidade de credenciamento, e recebeu a informação de que não era preciso, já que ambos eram advogados constituídos no processo. No entanto, ao chegarem ao local, a situação mudou drasticamente.
Coelho relatou em entrevista ao programa “Faroeste à Brasileira”, da Revista Oeste, que um agente o informou inicialmente que a ordem de prisão partiu de Alexandre de Moraes. A hesitação dos seguranças após o pedido de intervenção da OAB e a devolução de seus celulares sem formalização do incidente levantaram dúvidas sobre a legalidade da ação. A petição protocolada no STF reforça que o episódio não foi um fato isolado, mas um reflexo de barreiras impostas ao exercício da advocacia no âmbito da Corte, o que Coelho classifica como uma afronta às prerrogativas profissionais dos defensores. Esse histórico de embates com o Judiciário, especialmente com Moraes, dá ao caso um peso adicional no debate jurídico atual.
Desdobramentos e Impactos Jurídicos
A petição de Sebastião Coelho abre caminho para uma série de desdobramentos no STF, especialmente no que diz respeito à relação entre advogados e a Corte. Além de pedir a preservação das imagens, o documento solicita que os agentes responsáveis pela detenção sejam identificados e ouvidos, bem como a inclusão da gravação de uma ligação feita por Edson Marques à Secretaria da Primeira Turma.
A defesa argumenta que esses elementos são essenciais para esclarecer as circunstâncias da prisão e avaliar se houve abuso de autoridade ou violação de direitos. O caso também reacende discussões sobre o acesso de advogados a julgamentos, já que, segundo Coelho, o STF teria negado uma prerrogativa básica ao impedi-los de entrar no plenário, mesmo com vagas disponíveis. Especialistas jurídicos apontam que, se acolhida, a petição pode obrigar o tribunal a rever seus procedimentos internos de segurança e credenciamento, além de expor eventuais falhas na condução do episódio. Por outro lado, a hesitação dos seguranças em formalizar a ocorrência sugere uma possível tentativa de evitar desgaste institucional, o que pode ser explorado pela defesa como prova de irregularidade.
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A situação ainda coloca em xeque a atuação do ministro Alexandre de Moraes, citado por Coelho como suposto autor da ordem de prisão, embora não haja confirmação oficial disso até o momento. Para analistas, o desenrolar desse pedido pode influenciar a percepção pública sobre o equilíbrio entre segurança judicial e direitos profissionais no STF, um debate que ganha força em um cenário de polarização política e jurídica no Brasil.
Perspectivas para o Caso
O pedido de Sebastião Coelho ao STF marca um capítulo importante na defesa das prerrogativas dos advogados e na busca por transparência nas ações da Corte. Caso o presidente Luís Roberto Barroso acate a petição, as imagens e os depoimentos solicitados podem trazer luz a um episódio que, até agora, permanece envolto em contradições. Para Coelho, a preservação desses registros é uma questão de justiça, não apenas para ele e Edson Marques, mas para todos os profissionais que dependem do livre exercício de suas funções no Judiciário.
A expectativa é que o STF responda rapidamente, dado o caráter urgente da solicitação, mas o desfecho permanece incerto. Se as gravações forem disponibilizadas e apontarem irregularidades, o caso pode fortalecer movimentos que questionam a conduta de segurança no tribunal e até mesmo pressionar por reformas internas. Por outro lado, uma negativa ao pedido pode intensificar críticas à Corte, especialmente entre advogados e entidades como a OAB, que já acompanham o caso de perto. Enquanto isso, a trajetória de Sebastião Coelho, marcada por confrontos diretos com figuras do Judiciário, sugere que ele não recuará facilmente.
O desfecho dessa petição, portanto, não apenas definirá o destino das imagens de sua prisão, mas também poderá ecoar em debates mais amplos sobre os limites do poder judicial e os direitos dos advogados no Brasil. Para saber mais sobre o caso, acompanhe as atualizações em Agora Notícias Brasil e na seção de Política.
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