Advogado aciona MPF contra Moraes

O advogado Enio Martins Murad protocolou uma representação no Ministério Público Federal (MPF) contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, alegando o uso indevido de uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB). O pedido solicita a abertura de um inquérito para apurar supostos atos de improbidade administrativa.

A informação foi divulgada nesta quarta-feira (2), gerando grande repercussão. Segundo a denúncia, Moraes teria utilizado o avião da FAB para se deslocar de Brasília a São Paulo no dia 26 de março. O fato ganhou ainda mais destaque após o ministro ter sido flagrado no estádio durante o clássico entre Corinthians e Palmeiras, ao lado do também ministro Flávio Dino.

A denúncia e os argumentos do advogado

Na representação, Murad questiona a justificativa para a viagem e se houve um interesse público relevante que justificasse o custeio da despesa com dinheiro público. O advogado argumenta que o uso da aeronave pode configurar uma violação dos princípios da moralidade e legalidade administrativa.

Trecho do documento protocolado pelo advogado destaca:

> “O excelentíssimo Senhor Ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes utilizou avião da Força Aérea Brasileira para deslocar-se da capital federal para São Paulo, sem, contudo, justificar se houve atendimento ao interesse público relevante e que autorizasse a realização dessa despesa custeada pelo povo brasileiro, bem como quanto à necessidade do uso de transporte aéreo do governo federal fora dos parâmetros da moralidade e legalidade administrativa.”

Caso as acusações sejam comprovadas, a conduta pode resultar em penalidades como afastamento do cargo, multa e devolução dos valores gastos, incluindo despesas com a equipe de segurança que acompanhou o ministro.

Uso de aeronaves da FAB por autoridades: o que diz a lei?

A legislação brasileira permite que ministros do STF utilizem aviões da Força Aérea Brasileira para deslocamentos, principalmente por razões de segurança. No entanto, esses voos devem estar alinhados com o interesse público, evitando o uso indevido de recursos do Estado para fins particulares.

A polêmica em torno do caso de Alexandre de Moraes se dá justamente pela falta de esclarecimento sobre a motivação da viagem. Não há informações concretas de que a presença do ministro em São Paulo estivesse ligada a compromissos oficiais, o que levanta suspeitas sobre o caráter privado do deslocamento.

Repercussão e possíveis desdobramentos

A denúncia gerou intenso debate tanto no meio jurídico quanto político. Enquanto alguns defendem a necessidade de uma investigação para esclarecer o caso, outros alegam que o uso de aeronaves da FAB por ministros do STF é um procedimento comum e que não há, até o momento, indícios de irregularidades.

No cenário político, a oposição tem usado o caso para reforçar críticas ao Supremo Tribunal Federal, especialmente contra Moraes, que frequentemente está no centro de decisões polêmicas. Parlamentares de oposição já sinalizaram que podem pressionar por explicações mais detalhadas sobre o episódio.

O MPF ainda não se manifestou oficialmente sobre o andamento da representação. Caso o pedido de investigação seja aceito, Alexandre de Moraes poderá ser chamado a prestar esclarecimentos e, dependendo do resultado da apuração, poderá enfrentar consequências legais.

Conclusão

O uso de recursos públicos por autoridades sempre gera questionamentos e, neste caso, a falta de uma justificativa clara para o voo da FAB tem sido o principal foco da polêmica. A depender da investigação, o ministro Alexandre de Moraes pode ter que responder por supostos atos de improbidade administrativa. Agora, cabe ao Ministério Público Federal decidir se dará prosseguimento à denúncia e se haverá abertura de inquérito para aprofundar o caso.

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