A Secretaria de Saúde de Campinas realizou nesta terça-feira, 1 de abril, uma ação de bloqueio seletivo contra coqueluche para estudantes e funcionários do Centro de Educação Infantil (CEI) Bem-Querer Maria de Lourdes Vieira da Silva, no Jardim Nova Europa.
A medida ocorreu após a Pasta identificar um caso suspeito da doença. Trata-se de uma criança de 2 anos que apresentou os primeiros sintomas em 24 de março, foi atendida pelo SUS Municipal e evoluiu para cura. O exame dela está em análise pelo Instituto Adolfo Lutz.
O que foi feito?
Uma equipe da Saúde esteve no CEI pela manhã e verificou a vacinação de 27 crianças de 2 a 3 anos que são da mesma turma da criança que é o caso suspeito de coqueluche, sendo indicada a vacinação para somente uma.
Já os seis funcionários que atuam diretamente com estas crianças foram vacinados. A medida está de acordo com uma nota técnica do Ministério da Saúde que, ao considerar o aumento de casos de coqueluche no mundo, recomenda a aplicação da vacina dTpa para profissionais que atuam em berçários e creches que atendem crianças de até 4 anos.
A Saúde manterá monitoramento sobre o CEI, mas não há necessidade de ações extras no momento. O bloqueio é um padrão já adotado pela secretaria em casos semelhantes.
O que é a coqueluche e como prevenir?
A coqueluche é uma infecção respiratória, transmissível e causada pela bactéria Bordetella Pertussis. Ela compromete o aparelho respiratório, traqueia e brônquios, e se caracteriza por ataques de tosse seca. A enfermidade está presente no mundo todo e é transmitida por tosse, espirro ou fala de pessoa contaminada.
Em crianças com até 5 meses apresenta-se de forma mais grave e pode levar à morte.
A vacinação é a principal medida preventiva contra sintomas graves da coqueluche. No Brasil, a imunização ocorre com aplicação da pentavalente (disponível no SUS) e hexavalente (rede privada).
Em 2023, a cobertura da dose pentavalente em Campinas ficou em 95,64%, enquanto que no ano passado subiu para 97,49%. A meta é 95% e a dose considerada pela Saúde como indicador no levantamento é a terceira do esquema primário para crianças.
“A coqueluche, conhecida também como ‘tosse comprida’, é uma doença que pode se manifestar de forma grave, principalmente em crianças menores de 6 meses. É muito importante que os pais e responsáveis mantenham sempre em dia a vacinação de seus filhos”, explicou a coordenadora do Programa de Imunização de Campinas, Chaúla Vizelli.
Público-alvo da vacina
A vacina pentavalente protege contra a coqueluche e ainda contra a difteria, o tétano, a hepatite B e o Haemophilus influenzae do tipo b, que causa meningite. Público-alvo:
- crianças: esquema primário com três pentavalente aos 2, 4 e 6 meses. Em seguida há reforços com DTP, que protege contra difteria, tétano e pertussis – tríplice bacteriana
Já a dose de vacina dTpa também garante proteção contra difteria e tétano. Ela é recomendada para públicos como:
- profissionais da saúde: uma dose
- gestantes: uma dose a cada gestação, entre a 20ª e 36ª semana de gestação
- trabalhadores da educação que atuam em berçários e creches com crianças de até 4 anos: uma dose
- profissionais que atuam como doula: uma dose
A vacina é segura e a aplicação em gestantes estimula a produção de anticorpos maternos contra a coqueluche que passam pela placenta e protegem diretamente a criança nos primeiros meses de vida, e indiretamente pela diminuição do risco de infecção da mãe.
A Pasta destaca ainda que há vacinação seletiva para as pessoas comunicantes de casos suspeitos ou coqueluche nos 68 centros de saúde (CSs).
Mais informações estão em: https://vacina.campinas.sp.gov.br
Como receber?
As doses estão disponíveis em todas as unidades básicas e as salas de vacinação funcionam conforme o horário de cada uma. Não há necessidade de agendamento.
Detalhes sobre cada CS, incluindo endereços, horário de funcionamento e contatos, também estão em: https://vacina.campinas.sp.gov.br.