PF tenta 10 milhões de senhas e não desbloqueia celular de “patriota”

A Polícia Federal usou 10 milhões de combinações para tentar desbloquear o celular do “patriota” Renato Marchesini, preso em decorrência do 8 de Janeiro, mas nenhuma das senhas funcionou. Sem conseguir desbloquear o aparelho, a PF não pôde extrair o conteúdo para apurar as informações solicitadas pelo ministro Alexandre de Moraes (STF).

A PF buscava identificar mensagens com base em termos como “morte ao Xandão”, “invadir os prédios”, “fora Lula” e “Bolsonaro”. A tentativa visava também obter nomes e números da agenda, fotos, vídeos e localização do aparelho, para apurar o grau de envolvimento de Marchesini nas depredações aos Três Poderes.

Em laudo pericial, a PF relatou que o celular foi submetido a um processo de quebra de senha com o software Cellebrite Premium, usado pela corporação para acessar dados de dispositivos protegidos por padrões de bloqueio. A ferramenta gerou um “dicionário” com base nas informações biográficas de Marchesini. Palavras e números foram combinados para gerar possíveis senhas, sem sucesso.

Por conta disso, o policial responsável pela investigação respondeu negativamente a cinco das seis solicitações feitas pelo STF. Só conseguiu identificar o modelo do dispositivo, um Samsung Galaxy A30, com a tela rachada, e afirmou que “foram testadas cerca de 10 milhões de senhas, mas não foi possível desbloquear o aparelho”. Ao fim, o celular foi devolvido junto com o laudo para o setor da PF responsável por executar as determinações da Suprema Corte.

Renato Marchesini, de 42 anos, foi preso após os ataques do 8 de Janeiro. Cerca de 10 dias depois, entrou na lista dos 464 detidos que conseguiram liberdade provisória por decisão de Moraes. Desde então, usa tornozeleira eletrônica e teve que entregar os passaportes à Justiça, suspender qualquer documento de porte de arma de fogo e se manter afastado de redes sociais e de outros envolvidos nos atos.

Veja os termos que Moraes mandou investigar

No total, o gabinete do ministro Alexandre de Moraes determinou que a PF buscasse 36 termos no celular do “patriota”. São eles: “golpe”, “artigo 142”, “ditadura”, “Forças Armadas”, “militar”, “exército”, “intervenção”, “intervenção militar”, “SOS Forças Armadas”, “impedir a posse”, “manifestação”, “manifestação política”, “acampamento” e “QG do Exército”.

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