Ministro do STF passa “cola” com orientação para jornalista da Globo; VIDEO

Nos últimos dias, uma revelação ao vivo feita por uma jornalista da TV Globo acendeu o debate sobre a imparcialidade da imprensa e a conduta de membros do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a declaração da repórter, um ministro da Suprema Corte teria enviado, por meio do WhatsApp, sugestões de perguntas a serem feitas durante uma entrevista. A denúncia, embora feita com naturalidade pela própria jornalista, soou como um escândalo para muitos que acompanharam a cena.

A “cola” do ministro: interferência direta no jornalismo?

Durante uma cobertura jornalística ao vivo, a repórter revelou que recebeu uma “sugestão de pergunta” vinda diretamente de um ministro do STF. A reação dos colegas presentes e de parte do público foi de espanto. A confissão indicava algo muito além de um simples comentário: tratava-se de uma demonstração explícita de colaboração entre a imprensa e uma das mais altas instâncias do Judiciário brasileiro.

O termo usado para se referir à pergunta enviada – “cola” – remete imediatamente a uma prática que, em qualquer outro contexto, seria vista como antiética. O fato de um magistrado influenciar diretamente a pauta de uma emissora, especialmente uma de grande alcance como a Globo, levanta sérias dúvidas sobre a independência jornalística e a isenção institucional.

A reação da classe jornalística e do público

O mais chocante, talvez, tenha sido o tom de normalidade com que a jornalista tratou o episódio. A forma como a “dica” foi mencionada ao vivo deixou transparecer que essa não foi uma exceção, mas sim uma prática que ocorre com frequência. Colegas que acompanhavam a transmissão não demonstraram surpresa – o que sugere que esse tipo de interferência já faz parte dos bastidores há algum tempo.

Essa cumplicidade entre parte da imprensa e membros do STF tem despertado indignação, especialmente entre aqueles que defendem a separação dos poderes e o papel fiscalizador da mídia. Afinal, a liberdade de imprensa pressupõe independência, não submissão.

STF em xeque: ativismo ou falta de limites?

A atuação do Supremo Tribunal Federal tem sido alvo de críticas nos últimos anos, especialmente por conta de decisões consideradas por muitos como extrapolações de suas atribuições constitucionais. O envolvimento direto de ministros em pautas políticas, entrevistas e debates públicos tem dado margem a acusações de ativismo judicial – uma prática que se distancia do papel técnico e jurídico esperado da Corte.

Ao sugerir perguntas a jornalistas, um ministro deixa de ser apenas julgador e passa a atuar como participante ativo da narrativa pública. Isso mina a confiança da população em uma Justiça que deveria ser neutra e imparcial.

A imprensa militante e a perda de credibilidade

Por outro lado, o papel da imprensa também precisa ser analisado. Ao aceitar sugestões de ministros para a condução de entrevistas, repórteres e veículos jornalísticos perdem a autoridade que têm como fiscalizadores dos poderes. O jornalismo que se curva à influência de autoridades públicas deixa de ser livre e passa a ser militante.

A aliança entre imprensa e Judiciário, em um cenário político polarizado, não só compromete a credibilidade das reportagens, como também alimenta a desconfiança popular. Quando a notícia é moldada com base em interesses de quem deveria ser fiscalizado, perde-se a essência do jornalismo investigativo e da liberdade de expressão.

A “democracia relativa” e seus reflexos

O episódio escancarou aquilo que muitos já vinham denunciando: uma democracia que, embora mantenha sua fachada, funciona sob mecanismos de controle velado e cooptação institucional. A expressão “democracia relativa”, que muitos têm usado de forma irônica, ganha força em um contexto em que instituições se entrelaçam de forma indevida e trocam favores nos bastidores.

Quando jornalistas deixam de questionar para obedecer, e juízes deixam de julgar para opinar, a democracia perde sua força plena. A função essencial de cada poder e de cada setor da sociedade se dilui em interesses políticos, pessoais ou ideológicos.

O silêncio das instituições e a necessidade de respostas

Até o momento, não houve uma manifestação oficial do STF sobre a denúncia. A TV Globo, por sua vez, tampouco se pronunciou a respeito da revelação feita por sua jornalista. O silêncio das instituições envolvidas pode ser interpretado como confirmação tácita da prática – ou, no mínimo, como falta de preocupação com a repercussão do caso.

Diante de um episódio tão grave, espera-se, no mínimo, uma apuração transparente e um posicionamento claro. A democracia se fortalece quando há responsabilidade, autocrítica e respeito às funções que cada instituição deve exercer.

O que esperar daqui para frente?

A revelação feita ao vivo pode ter sido apenas a ponta do iceberg. Se de fato houver uma prática recorrente de interferência entre STF e grandes veículos de comunicação, será necessário repensar o funcionamento dessas estruturas. O povo brasileiro tem o direito de contar com uma imprensa livre e com um Judiciário imparcial.

Resta saber se os envolvidos terão coragem de enfrentar as consequências desse episódio ou se tudo será, mais uma vez, varrido para debaixo do tapete.

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