Contexto das críticas de Gilmar Mendes
As declarações de Gilmar Mendes que motivaram a proposta de Kilter foram feitas durante uma entrevista ao portal Metrópoles, na qual o ministro associou práticas da Lava Jato às de uma organização criminosa. Ele mencionou episódios revelados pela Operação Spoofing e pela Vaza Jato, que expuseram comunicações entre procuradores e o então juiz Sergio Moro, sugerindo combinação de ações judiciais. Mendes, que já havia criticado a operação em outras ocasiões, afirmou que tais práticas comprometeram a reputação de Curitiba, cidade que, segundo ele, ficou “mal-afamada” por conta das ações de Moro e do ex-procurador Deltan Dallagnol. Essas falas ecoam posicionamentos anteriores do ministro, que, em 2024, já havia chamado a Lava Jato de “verdadeira organização criminosa”. A operação, iniciada em 2014, foi responsável por recuperar bilhões de reais desviados e prender figuras políticas e empresariais de alto escalão, mas também enfrentou críticas por supostos abusos de autoridade. A proposta de Kilter reflete o orgulho de muitos curitibanos pela Lava Jato, vista como um marco no combate à corrupção, e a tentativa de defender a imagem da cidade diante das críticas de Mendes. O vereador, conhecido por pautas conservadoras, também anunciou intenção de propor que Curitiba seja reconhecida como “Berço do Combate à Corrupção”. Acompanhe notícias sobre o STF.
Impactos e desdobramentos da proposta
A iniciativa de Guilherme Kilter tem gerado reações polarizadas em Curitiba e no cenário político nacional. De um lado, apoiadores da Lava Jato, incluindo figuras como o senador Sergio Moro, veem a proposta como uma resposta necessária às críticas de Gilmar Mendes, que consideram ofensivas à cidade e à operação. Moro, em dezembro de 2024, já havia rebatido Mendes, afirmando que o ministro “ofende gratuitamente Curitiba e o Paraná”. Por outro lado, críticos da proposta argumentam que ela é uma medida simbólica, com pouco efeito prático, e que pode intensificar a polarização política no Brasil. A tentativa de declarar Mendes persona non grata também levanta questões jurídicas, já que o título de cidadão honorário e a designação de persona non grata são atos de natureza política, mas podem ser questionados judicialmente. Além disso, o projeto reacende o debate sobre o legado da Lava Jato, que, embora tenha apoio popular em Curitiba, é vista com ressalvas por parte do Judiciário, incluindo o próprio STF. A proposta de Kilter pode fortalecer sua base eleitoral, composta por eleitores conservadores, mas também corre o risco de ser vista como uma provocação desnecessária a uma figura de alto escalão do STF. Enquanto isso, a imprensa local, como a Gazeta do Povo, tem acompanhado de perto os desdobramentos, destacando a relevância do tema para a identidade curitibana.
Perspectivas para o futuro
O futuro do projeto de Guilherme Kilter na Câmara Municipal de Curitiba dependerá do apoio de outros vereadores e do clima político na cidade. A proposta, embora simbólica, toca em questões sensíveis, como a defesa da Lava Jato e a relação entre o STF e a sociedade. Caso aprovada, a declaração de Gilmar Mendes como persona non grata pode intensificar as tensões entre a capital paranaense e o Supremo, especialmente considerando o histórico de decisões de Mendes que impactaram a operação, como a suspensão de processos relacionados à “pejotização” em abril de 2025. Por outro lado, se rejeitada, a iniciativa pode ser vista como um revés para Kilter e seus apoiadores, que buscam capitalizar politicamente o sentimento de orgulho pela Lava Jato. Além disso, o debate em torno do projeto pode reacender discussões sobre o papel do STF na política brasileira e a percepção pública de suas decisões. Para Curitiba, a proposta reforça a imagem de uma cidade que se identifica com o combate à corrupção, mas também expõe divisões sobre como esse legado deve ser defendido. Enquanto o projeto não é votado, a expectativa é de que o tema continue gerando repercussão, com possíveis manifestações de apoio ou crítica tanto na sociedade quanto na classe política. A cobertura da imprensa e o posicionamento de figuras como Moro e Dallagnol serão cruciais para moldar o desfecho dessa controvérsia.
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