Vereador de Curitiba busca declarar Gilmar Mendes persona non grata

 

Um projeto de lei protocolado na Câmara Municipal de Curitiba, no dia 13 de abril de 2025, pelo vereador Guilherme Kilter (Novo), busca declarar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, como persona non grata na capital paranaense. A iniciativa também propõe revogar o título de cidadão honorário concedido ao magistrado em 2002. A proposta surge como reação às declarações de Mendes, que comparou a Operação Lava Jato, conduzida em Curitiba, às práticas do Primeiro Comando da Capital (PCC). As falas, proferidas em entrevista ao portal Metrópoles, geraram indignação em setores da sociedade curitibana, especialmente entre defensores da operação anticorrupção. Kilter argumenta que as críticas do ministro desrespeitam a cidade, conhecida como berço da Lava Jato, que desmantelou esquemas de corrupção em estatais como a Petrobras. O projeto, que já ganhou destaque na imprensa local, reflete a tensão entre figuras do Judiciário e apoiadores da operação, reacendendo debates sobre o legado da Lava Jato no Brasil. A votação do projeto ainda não tem data definida, mas promete gerar discussões acaloradas no plenário da Câmara. Saiba mais sobre notícias nacionais.

 

Contexto das críticas de Gilmar Mendes

As declarações de Gilmar Mendes que motivaram a proposta de Kilter foram feitas durante uma entrevista ao portal Metrópoles, na qual o ministro associou práticas da Lava Jato às de uma organização criminosa. Ele mencionou episódios revelados pela Operação Spoofing e pela Vaza Jato, que expuseram comunicações entre procuradores e o então juiz Sergio Moro, sugerindo combinação de ações judiciais. Mendes, que já havia criticado a operação em outras ocasiões, afirmou que tais práticas comprometeram a reputação de Curitiba, cidade que, segundo ele, ficou “mal-afamada” por conta das ações de Moro e do ex-procurador Deltan Dallagnol. Essas falas ecoam posicionamentos anteriores do ministro, que, em 2024, já havia chamado a Lava Jato de “verdadeira organização criminosa”. A operação, iniciada em 2014, foi responsável por recuperar bilhões de reais desviados e prender figuras políticas e empresariais de alto escalão, mas também enfrentou críticas por supostos abusos de autoridade. A proposta de Kilter reflete o orgulho de muitos curitibanos pela Lava Jato, vista como um marco no combate à corrupção, e a tentativa de defender a imagem da cidade diante das críticas de Mendes. O vereador, conhecido por pautas conservadoras, também anunciou intenção de propor que Curitiba seja reconhecida como “Berço do Combate à Corrupção”. Acompanhe notícias sobre o STF.

Impactos e desdobramentos da proposta

A iniciativa de Guilherme Kilter tem gerado reações polarizadas em Curitiba e no cenário político nacional. De um lado, apoiadores da Lava Jato, incluindo figuras como o senador Sergio Moro, veem a proposta como uma resposta necessária às críticas de Gilmar Mendes, que consideram ofensivas à cidade e à operação. Moro, em dezembro de 2024, já havia rebatido Mendes, afirmando que o ministro “ofende gratuitamente Curitiba e o Paraná”. Por outro lado, críticos da proposta argumentam que ela é uma medida simbólica, com pouco efeito prático, e que pode intensificar a polarização política no Brasil. A tentativa de declarar Mendes persona non grata também levanta questões jurídicas, já que o título de cidadão honorário e a designação de persona non grata são atos de natureza política, mas podem ser questionados judicialmente. Além disso, o projeto reacende o debate sobre o legado da Lava Jato, que, embora tenha apoio popular em Curitiba, é vista com ressalvas por parte do Judiciário, incluindo o próprio STF. A proposta de Kilter pode fortalecer sua base eleitoral, composta por eleitores conservadores, mas também corre o risco de ser vista como uma provocação desnecessária a uma figura de alto escalão do STF. Enquanto isso, a imprensa local, como a Gazeta do Povo, tem acompanhado de perto os desdobramentos, destacando a relevância do tema para a identidade curitibana.

Perspectivas para o futuro

O futuro do projeto de Guilherme Kilter na Câmara Municipal de Curitiba dependerá do apoio de outros vereadores e do clima político na cidade. A proposta, embora simbólica, toca em questões sensíveis, como a defesa da Lava Jato e a relação entre o STF e a sociedade. Caso aprovada, a declaração de Gilmar Mendes como persona non grata pode intensificar as tensões entre a capital paranaense e o Supremo, especialmente considerando o histórico de decisões de Mendes que impactaram a operação, como a suspensão de processos relacionados à “pejotização” em abril de 2025. Por outro lado, se rejeitada, a iniciativa pode ser vista como um revés para Kilter e seus apoiadores, que buscam capitalizar politicamente o sentimento de orgulho pela Lava Jato. Além disso, o debate em torno do projeto pode reacender discussões sobre o papel do STF na política brasileira e a percepção pública de suas decisões. Para Curitiba, a proposta reforça a imagem de uma cidade que se identifica com o combate à corrupção, mas também expõe divisões sobre como esse legado deve ser defendido. Enquanto o projeto não é votado, a expectativa é de que o tema continue gerando repercussão, com possíveis manifestações de apoio ou crítica tanto na sociedade quanto na classe política. A cobertura da imprensa e o posicionamento de figuras como Moro e Dallagnol serão cruciais para moldar o desfecho dessa controvérsia.

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