Um tribunal na Rússia condenou 4 jornalistas a 5 anos e meio de prisão cada um por acusações de extremismo, segundo informações do jornal britânico The Guardian divulgadas na 3ª feira (15.abr.2025).
Os profissionais foram julgados por supostas ligações com a Fundação Anticorrupção, organização fundada por Alexei Navalny, o principal opositor político de Putin na Rússia, que morreu em fevereiro de 2024 em uma prisão no Ártico. O julgamento foi realizado em meio a uma escalada de medidas contra críticos do Kremlin, especialmente após o início do envolvimento militar russo na Ucrânia em fevereiro de 2022.
Antonina Favorskaya, Konstantin Gabov, Sergey Karelin e Artyom Kriger foram considerados culpados de envolvimento com um grupo classificado como extremista pelo governo. Todos negaram as acusações, alegando perseguição por suas atividades jornalísticas.
Favorskaya e Kriger estavam ligados à Sota Vision, um veículo independente. Gabov era produtor freelance e Karelin, jornalista de vídeo, colaborando com mídias ocidentais como a Reuters e a Associated Press.
A Fundação Anticorrupção foi proibida em 2021, em uma decisão criticada como politicamente motivada. Navalny, seu fundador, morreu em fevereiro de 2024 enquanto cumpria pena por liderar um grupo extremista, acusações que sempre rejeitou.
Durante uma aparição no tribunal, Favorskaya disse estar sendo processada por uma matéria sobre Navalny. Gabov, em declaração final, afirmou que as acusações contra ele eram infundadas. Os advogados dos jornalistas anunciaram que apelarão do veredicto, descrito como “ilegal e injusto” pela advogada de Kriger, Yelena Sheremetyeva. Irina Biryukova, outra advogada, enfatizou que ser jornalista não é extremismo.