Cientistas detectam maior sinal de possível vida fora da Terra; entenda

Pesquisadores identificaram o sinal mais forte até agora de possível vida em um planeta fora do Sistema Solar. O anúncio foi feito na 4ª feira (16.abr.2025) por uma equipe liderada pelo astrofísico Nikku Madhusudhan, da Universidade de Cambridge.

A descoberta foi possível graças ao telescópio espacial James Webb. Segundo os cientistas, foram detectadas “impressões digitais” químicas de gases que, na Terra, só são produzidos por processos biológicos.

A descoberta representa um marco importante na astronomia porque pela 1ª vez foram detectados compostos químicos específicos – dimetil sulfeto (DMS) e dimetil dissulfeto (DMDS) – que na Terra são produzidos principalmente por organismos vivos, especialmente fitoplâncton marinho.

A presença destes biomarcadores em concentrações milhares de vezes maiores que as da Terra sugere que processos biológicos podem estar ocorrendo no planeta K2-18 b.

Embora ainda não seja uma prova definitiva, a evidência é considerada muito mais significativa que detecções anteriores de compostos simples como metano ou dióxido de carbono, pois estes biomarcadores específicos têm uma associação muito mais forte com a atividade biológica.

Apesar da empolgação, os pesquisadores pedem cautela. Eles afirmam que ainda não há comprovação da existência de organismos vivos. Novos dados e análises serão necessários para confirmar a hipótese.

O indício foi encontrado no planeta K2-18 b, que orbita uma estrela a cerca de 120 anos-luz da Terra. O planeta tem 8,6 vezes a massa da Terra e um diâmetro 2,6 vezes maior.

Estudos anteriores já haviam identificado metano e dióxido de carbono em sua atmosfera. Ambos são compostos à base de carbono, considerados blocos fundamentais para a vida.

O planeta pode se encaixar na categoria dos chamados “hycean worlds”, mundos com atmosfera rica em hidrogênio e oceanos de água líquida.

A equipe de pesquisadores continuará monitorando o planeta com o telescópio James Webb. A expectativa é que observações futuras ajudem a confirmar ou descartar a hipótese de atividade biológica fora da Terra.