O radialista Nildo Magalhães Jr. declarou ao vivo em sua programação de Ananindeua que o prefeito Daniel Santos (PSB) convencer a deputada federal Alessandra Haber (MDB) a assinar o projeto de lei da anistia aos investigados nos atos antidemocráticos do 8 de janeiro, em uma cobrança direta à base bolsonarista local.
Diante do apelo feito ao microfone, líderes religiosos e comunitários teriam sido convocados a pressionar o prefeito e sua esposa, a deputada Alessandra, sob o argumento de que a posição clara em favor da anistia garantirá apoio interno para futuras disputas eleitorais.
Contradições, alianças e movimentações para eleições de 2026
Movimentações recentes mostram aparente incoerência política de Daniel Santos, que, mesmo filiado a um partido de centro-esquerda, o Partido Socialista Brasileiro (PSB), mantém alianças e apoios de indivíduos bolsonaristas, buscando ampliar sua base eleitoral a qualquer custo, supostamente com o único critério sendo a garantia de oposição ao governador Helder Barbalho (MDB).
Tendo assumido há poucos dias presidência estadual do PSB, desbancando o vice-prefeito de Belém Cássio Andrade — que migrou para o MDB menos de uma semana após ser destituído do cargo —, o gestor de Ananindeua busca consolidar-se com uma base forte para a muito provável candidatura em 2026.
Aproximação com nomes da direita paraense
Nas eleições de 2024, Daniel surpreendeu muitos ao apoiar candidaturas do PL em Belém e Santarém — de Éder Mauro e “JK do Povão”, respectivamente —, ambas derrotadas por concorrentes do MDB.
Reuniões recentes com o prefeito de Marabá, Toni Cunha (PL), também podem ser interpretadas como tentativa de costurar apoios antecipados para uma possível candidatura ao Governo do Pará em 2026, estratégia que depende de apoio robusto tanto da esquerda quanto da direita.
Com a assinatura — ou eventual recusa — de Alessandra, ficará evidente se o casal político conseguirá equilibrar interesses divergentes dentro do espectro partidário, sem comprometer alianças fundamentais para o projeto político de Daniel Santos.
A pressão para que Alessandra assine o PL da anistia pode ser tão decisiva quanto arriscada, pois uma recusa pública poderia fragmentar a base bolsonarista em Ananindeua sem garantir adesão plena dos setores de esquerda. O desfecho desse episódio deve influenciar o desempenho e servir de termômetro para o cenário eleitoral de 2026.
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