MST: Ato político-cultural relembra 29 anos do Massacre de Eldorado do Carajás.

MST: Ato político-cultural relembra 29 anos do Massacre de Eldorado do Carajás

Na manhã desta quinta-feira (17/04), dezenas de pessoas se reuniram na Curva do S, em Eldorado do Carajás, no sudeste do Pará, para relembrar os 29 anos do massacre que resultou na morte de 21 trabalhadores rurais sem-terra.

O ato político e cultural teve início às 8h e segue até o 12h de hoje, reunindo movimentos sociais, artistas, lideranças indígenas, parlamentares, sindicatos, organizações de direitos humanos e familiares das vítimas.

Massacre que chocou o país

O local, que se tornou símbolo da luta camponesa no Brasil, foi palco de uma das mais brutais violações de direitos humanos da história recente do país.
Em 17 de abril de 1996, durante uma manifestação pela reforma agrária, 21 trabalhadores foram assassinados por agentes da Polícia Militar após desintendimentos.

Lema reforça resistência e memória

O evento deste ano teve como lema “Terra, Memória e Justiça: 29 anos de resistência”, e incluiu discursos políticos, apresentações culturais e homenagens às vítimas.

A programação faz parte da Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária, realizada anualmente no mês de abril.

MST: resistência, dignidade e justiça

Segundo a coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST),

“Não é apenas um momento de luto, mas de resistência e de reafirmação do compromisso com a luta por terra, dignidade e justiça social.”

Em nota, o movimento reforçou:

“Não vamos permitir que a memória do massacre seja esquecida ou apagada.”

Impunidade ainda persiste

Apesar de duas condenações relacionadas ao caso, a maioria dos responsáveis nunca cumpriu pena. Nesse sentido, os participantes do ato criticam duramente a impunidade.

“A impunidade é um incentivo para que tragédias como essa se repitam. Precisamos romper esse ciclo”,
afirmou a advogada e defensora de direitos humanos Letícia Paranhos.

Mais do que lembrança, um chamado à ação

Mais do que uma homenagem, o ato representa, acima de tudo, um chamado à ação, à consciência coletiva e à transformação social. Por isso, para os organizadores e participantes, manter viva a memória do Massacre de Eldorado do Carajás é fundamental, a fim de evitar que a história se repita.

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