Na gestão de Aurélio Goiano, 20 empresas ficaram com uma fatia de R$ 142 milhões do orçamento.

Prefeito Aurélio Goiano ( Avante) | Foto: Reprodução

Desembolsos Milionários em Apenas Três Meses

Nos três primeiros meses da gestão do prefeito Aurélio Goiano, a Prefeitura de Parauapebas desembolsou R$ 466,59 milhões. Desse total, uma quantia expressiva de R$ 142,33 milhões foi destinada a apenas 20 empresas, todas identificadas por seus respectivos CNPJs. Esse grupo restrito concentrou impressionantes 30,5% de todos os pagamentos efetuados pela nova administração, montante que engloba tanto débitos herdados do governo anterior quanto novas obrigações assumidas na atual gestão. Os dados são do Blog do Zé Dudu.

Construtoras e Prestadoras Dominam Contratos

Grande parte dessas empresas, que figuram entre as mais beneficiadas nos primeiros meses da gestão, atua no setor da construção civil. Algumas, inclusive, formaram consórcios para vencer licitações e garantir contratos volumosos. Também aparecem na lista prestadoras de serviços nas áreas de saúde e locação de veículos.

Top 3 Empresas que Mais Receberam

No topo da lista está a OSS Aselc, responsável pela administração, execução e operacionalização dos serviços do Hospital Geral de Parauapebas (HGP).
Em segundo lugar vem a A & L Engenharia, especializada em serviços de infraestrutura urbana, como manutenção e pavimentação de vias.
Fechando o pódio, está a Transcidade, que atua na gestão de resíduos sólidos e na limpeza urbana do município.

Pagamento de Dívidas da Gestão Anterior

O levantamento do blog Zé Dudud revela ainda que cerca de R$ 47,85 milhões foram usados para quitar dívidas de gestões anteriores, especialmente do ex-prefeito Darci Lermen. As pastas que mais pagaram esses débitos foram:

• Secretaria de Obras (Semob): R$ 26,42 milhões

• Secretaria de Saúde (Semsa): R$ 14 milhões

• Secretaria de Educação (Semed): R$ 4,477 milhões

Gastos em ritmo acelerado

Embora heranças financeiras entre governos sejam comuns — como rescisões de contratados, comissionados e prestadores de serviço —, a preocupação recai sobre os gastos já acumulados pela gestão atual. O orçamento de 2025 previa R$ 81,36 milhões para esse tipo de despesa, mas os compromissos firmados pelo governo Goiano extrapolam qualquer previsão.

Até agora, os contratos firmados por dispensa de licitação e adesões a atas de registro de preços já somam mais de R$ 100 milhões. Muitos deles envolvem polêmicas e questionamentos judiciais. A gestão de Aurélio Goiano pagou R$ 466,59 milhões nos três primeiros meses, o que representa apenas metade dos R$ 887,76 milhões que já empenhou. Em apenas um trimestre, comprometeu 37% do orçamento anual de R$ 2,393 bilhões — o pior desempenho orçamentário da história de Parauapebas para esse período.

Alerta vermelho a partir de agosto

“Com uma média mensal de empenhos na casa dos R$ 295,92 milhões — valor muito acima da arrecadação líquida da prefeitura, que gira em torno de R$ 200 milhões mensais e, em março, sequer alcançou os R$ 175 milhões, o cenário se mostra, portanto, insustentável. Caso essa dinâmica se mantenha, a gestão Goiano poderá, portanto, já em agosto, colapsar financeiramente, enfrentando, assim, a impossibilidade de honrar compromissos básicos, como a folha de pagamento dos servidores.

O prefeito, que durante a campanha prometeu não “dar seta para a esquerda”, talvez precise ativar o pisca-alerta. É hora de rever estratégias, conter os gastos e reavaliar prioridades, sob pena de conduzir Parauapebas a uma crise financeira sem precedentes antes mesmo de completar o primeiro ano de governo.

Fonte: Zé Dudu

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