Namorada de Cristian Cravinhos tatua nome do assassino no pescoço: “Tenho orgulho de tudo que vem junto”

Enquanto parte da sociedade tenta se desvincular de sobrenomes ligados a crimes notórios, outros optam por eternizá-los na pele. Foi o caso da profissional de marketing Amanda Barbieri, de 37 anos, que tatuou o nome do namorado, Cristian Cravinhos, no pescoço. Condenado por participação no assassinato dos pais de Suzane von Richthofen, Cristian cumpre pena em regime aberto desde o início do mês passado.

A tatuagem foi feita nesta quarta-feira (16), na lateral do pescoço de Amanda, logo abaixo da orelha — um local sempre visível. A homenagem veio após apenas 44 dias de relacionamento com Cristian. “Não dou a mínima para o que as pessoas pensam. Tenho muito orgulho do Cristian, do nome dele, de tudo que vem junto”, afirmou Amanda, ao comentar sua decisão.

Surpreso com o gesto da companheira, Cristian prometeu retribuir. “O amor tem dessas coisas”, declarou o ex-presidiário, que foi condenado a 42 anos de prisão pelo crime que chocou o país em 2002, além de tentativa de suborno.

O casal agora se prepara para uma nova fase: estão montando um apartamento no bairro do Tatuapé, Zona Leste de São Paulo. Segundo Amanda, o primeiro contato entre os dois foi via Instagram, durante as saídas temporárias de Cristian. “Depois que saiu definitivamente, fui atrás dele. A nossa história é bem diferente de tudo que já vivemos. A gente tem muita certeza de tudo”, garantiu ela.

O tatuador responsável pelo trabalho se mostrou incrédulo ao ouvir o nome que seria marcado. “É a pessoa que estou pensando?”, perguntou. Mas Amanda não hesitou: “Quando quero fazer uma tatuagem, vou lá e faço”.

A relação entre amor e crimes notórios não é novidade. Daniel Cravinhos, irmão de Cristian, também já eternizou romances na pele. Ele tem a inicial da atual esposa, Carolina de Andrade, tatuada na mão direita. Em relacionamentos anteriores, gravou os nomes de Alyne Bento e Andressa Rodrigues nos braços — ambas as tatuagens foram apagadas ou cobertas após os términos. Curiosamente, Alyne também havia tatuado o nome de Daniel no cóccix, enquanto Andressa o fez no antebraço.

Fora do círculo familiar dos Cravinhos, casos similares chamam atenção. O pintor de paredes Bruno Watermann, de 40 anos, morador de Carlópolis (PR), tatuou nas costas o nome de Suzane von Richthofen, a data de nascimento dela, o dia do crime e até o signo. “Senti por ela um amor à primeira vista. A loucura dela é idêntica à minha”, afirmou. A devoção começou em 2002, logo após o caso ganhar repercussão nacional.

No entanto, a tatuagem veio com um erro: o tatuador grafou “Susane” com “S”. Bruno acredita que o profissional errou de propósito. “A princípio ele se recusou a fazer. Depois cedeu e escreveu errado. Disse que conhecia uma Susane com S, mas é mentira. Ele fez errado de propósito. Estou procurando alguém que conserte o lapso”, contou.

A obsessão pelo caso foi além: Bruno nomeou seus dois filhos como Suzane e Daniel, em referência aos protagonistas do crime. “Tentei falar com o Daniel Cravinhos sobre isso. Encontrei ele uma vez na rua. Ele me desejou boa sorte e desapareceu. Acho que ficou assustado”, relatou.

Especialistas em comportamento identificam esse tipo de fascínio como hibristofilia — uma parafilia caracterizada pela atração afetiva ou sexual por criminosos violentos, como homicidas e estupradores. O termo foi cunhado pelo psicólogo John Money e está ligado a casos emblemáticos, como os de Charles Manson e Ted Bundy, ambos serial killers que receberam cartas de amor e até propostas de casamento enquanto estavam presos.

No Brasil, o caso do Maníaco do Parque, Francisco de Assis Pereira, também ilustra esse fenômeno. Durante sua prisão, ele chegou a receber até 500 cartas por mês de mulheres apaixonadas, e se casou com uma delas.

As causas para esse comportamento variam. Alguns se sentem atraídos pelo risco e pela emoção intensa do relacionamento com alguém perigoso. Outros fantasiam a ideia de “salvar” ou redimir o criminoso, ocupando um papel de controle ou redenção. A hibristofilia também pode estar relacionada à baixa autoestima, traumas passados ou ao desejo por experiências extremas e fora dos padrões sociais.

No caso de Amanda e Cristian, o amor declarado e a marca permanente na pele são mais uma página curiosa — e polêmica — na longa história de fascínio por criminosos célebres no Brasil.

A tatuagem de Bruno Watermann em homenagem a Suzane von Richthofen — Foto: Reprodução

Do Ver-o-Fato, com informações do G1

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