“Praia do bacanal” tem fila do sexo e areia lotada de camisinhas

A rotina de deixar preservativos usados na faixa de areia entre o posto dos salva-vidas e o número 10.152 da Avenida Presidente Castelo Branco, na praia do Maracanã em Praia Grande (SP), virou preocupação constante de moradores e frequentadores. Grupos organizados marcam, por meio de um WhatsApp conhecido como “Nu na PG”, encontros noturnos de sexo oral e penetração — atraindo, sobretudo, homens mais velhos que circulam de carro pelo local e chegam a formar fila para aguardar sua vez.

Moradores da região afirmam que a prática já é conhecida em Praia Grande, mas que nos últimos meses está se intensificando, onde os flagrantes já se tornaram habituais durante o fim da noite. Muitas garotas de programa exercem sua profissão no local.

A baixa luminosidade da orla favorece a permanência dos participantes durante toda a madrugada, dificultando a ação de fiscalização. No dia seguinte, a areia amanhece coberta de camisinhas usadas, forçando a limpeza pela manutenção da praia e expondo quem passa cedo — especialmente crianças — ao risco de contato direto com resíduos biológicos.

Estudos nacionais e internacionais já comprovaram que as areias de praias podem concentrar microrganismos patogênicos em níveis superiores aos das águas costeiras, reservando bactérias, vírus e fungos que representam perigo para a saúde de banhistas. Segundo especialistas em saúde pública, o contato com areias contaminadas, principalmente por fluidos corporais em preservativos descartados inadequadamente, pode resultar em infecções de pele, micose e, em casos extremos de entrada em mucosas, doenças de veiculação fecal‐oral.

Do ponto de vista jurídico, a prática caracteriza crime de ato obsceno em lugar público, tipificado no artigo 233 do Código Penal, com pena prevista de detenção de três meses a um ano, ou multa. No entanto, a efetiva punição depende de flagrante ou denúncia formal, alternativa raramente acionada em praias de grande extensão.

Em 2019, a Prefeitura de Praia Grande iniciou um amplo projeto de revitalização da orla entre Mirim e Maracanã, que incluiu a instalação de 100 novos postes e 2.420 luminárias de LED para reforçar a iluminação pública — obra que foi concluída em agosto daquele ano. Apesar do investimento, moradores afirmam que ainda restam trechos escuros, onde se repetem as práticas noturnas e o descarte de preservativos.

O fenômeno não é exclusivo de Praia Grande: no Rio de Janeiro, o chamado “Surubão do Arpoador” é conhecido há anos como ponto de encontro para sexo ao ar livre, deixando pela manhã não só camisinhas usadas na rocha, mas também forçando a Guarda Municipal a patrulhar o local. Já no Pará, muitos já foram os casos que repercutiram na Praia do Atalaia, em Salinópolis.

Com informações do Portal Metrópoles

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