Na última quinta-feira (17), onde é lembrado o Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária, três famílias que vivem em um assentamento tiveram suas casas invadidas e queimadas durante a madrugada. O caso aconteceu na Fazenda Campo do Boi, em Ipixuna do Pará.
De acordo com testemunhas, homens armados invadiram as residências, amarraram os ocupantes e fizeram ameaças. Ao falar sobre o caso, o jornal Folha de S.Paulo conversou com uma vítima que detalhou as ameaças: “Disseram para a gente sair da terra e não voltar nunca mais”.
No local, área em disputa por iniciativa privada e estadual, vivem aproximadamente 800 famílias.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), a Polícia Civil instaurou inquérito para apurar o caso e iniciou um protocolo de colher depoimentos e reforçar a presença policial na área para evitar o retorno do grupo.
Em diálogo com o EPOL, o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), por meio do superintendente do ministério no estado, Edson Junior, informou que representantes da pasta foram enviados para o local do conflito.
Edson Junior explicou ainda que afirmou que a área em disputa já estava sendo monitorada e há negociações para transferência dos imóveis à União Federal para criação formal de assentamentos.
Ele cita ainda que o ministro Paulo Teixeira já havia enviado um ofício para o governo do Pará para alinhar o procedimento de reintegração de posse, que alcançaria 5 mil famílias. Antes do
ocorrido, também foi solicitada uma reunião com o governador Helder Barbalho (MDB) para tratar do assunto.
O superintendente também destaca as ações de assistência às vítimas do ataque após a denúncia da Contraf Brasil/CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Brasil) e a Fetraf-PA (Federação Estadual dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Pará).
“Fizemos diligências para verificar se todas as pessoas de comunidade realmente estavam lá, para garantir que ninguém tivesse sido levado pelo grupo. Após isso, fizemos uma série de encaminhamentos para que as pessoas pudessem ser atendidas pela rede de assistência social, porque elas perderam absolutamente tudo. Um parlamentar municipal garantiu que vai acionar a assistência social do município. E nós também vamos acionar redes de assistência social do Estado e da União para atender essas famílias emergencialmente, para retirar documentação e garantir cestas básicas, o mínimo para as famílias atingidas”.
Edson Junior, superintendente do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) no Pará
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