Condenado no Peru, irmão de ex-primeira-dama Nadine Heredia pode estar se escondendo no Brasil

A fuga de Ilán Heredia, irmão da ex-primeira-dama do Peru Nadine Heredia, acendeu um novo alerta nas autoridades do país vizinho. Condenado a 12 anos de prisão por corrupção, ele não compareceu à audiência de leitura da sentença e agora é considerado foragido da Justiça peruana. A suspeita da imprensa local é de que o destino do ex-tesoureiro do Partido Nacionalista Peruano possa ser o Brasil — o mesmo para onde sua irmã foi levada em avião da Força Aérea Brasileira (FAB) após receber asilo diplomático concedido por Luiz Inácio Lula da Silva.

Envolvimento direto com o esquema da Odebrecht e dinheiro venezuelano
Assim como Nadine Heredia e o ex-presidente Ollanta Humala, Ilán foi condenado pelo recebimento e ocultação de recursos ilícitos provenientes da empreiteira Odebrecht — que mudou o nome para Novonor após os escândalos revelados pela Operação Lava Jato — e de repasses do regime venezuelano de Nicolás Maduro.

Segundo a sentença, US$ 3 milhões (cerca de R$ 18 milhões) foram aplicados de forma ilegal na campanha presidencial de Humala, em 2006 e 2011. O esquema foi classificado pela Justiça como uma organização criminosa operando dentro do governo peruano.

Ilán, que atuava como tesoureiro do Partido Nacionalista Peruano (PNP), de orientação esquerdista, também foi condenado a pagar uma multa de 730 dias, equivalente a S/ 5.657,50 (moeda peruana), aos cofres públicos.

Fuga antecipada e possível destino já articulado

Fontes da imprensa peruana apontam que a fuga de Ilán foi coordenada de forma similar à da irmã, que se refugiou na Embaixada do Brasil em Lima logo após a sentença. Nadine foi retirada do país com apoio oficial do governo Lula, o que gerou uma crise diplomática com o Peru.

A Justiça do país afirmou que a execução provisória da pena de Ilán Heredia já estava determinada, mas, antes da formalização da prisão, ele desapareceu. A suspeita é de que o Brasil, que já acolheu Nadine com status de asilada, possa se tornar um novo destino para outros condenados ligados ao esquema.

Críticas à concessão de asilo e impactos diplomáticos

A concessão de asilo à ex-primeira-dama tem sido amplamente criticada no Peru, sob acusações de que o Brasil estaria “acolhendo corruptos por afinidade ideológica”. A imprensa peruana estampou manchetes como “Entre corruptos, se protegem”, sugerindo alinhamento político entre os envolvidos.

Autoridades peruanas afirmam que os crimes de Nadine e Ilán não têm motivação política, o que inviabilizaria o asilo com base na Convenção sobre Asilo Diplomático de 1954. A justificativa oficial usada pelo Brasil para conceder a proteção foi justamente essa convenção, da qual ambos os países são signatários.

Agora, com o novo foragido em potencial, crescem as pressões para que o governo brasileiro revele se Ilán Heredia também está no país — o que colocaria Lula no centro de uma nova controvérsia internacional, em meio a uma já sensível agenda regional.

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