Ludymilla Araújo Lima, cunhada do atacante Bruno Henrique, relatou ter sofrido ameaças de seu marido, Wander Nunes Pinto Junior, que exigia acesso a uma conta de apostas criada com os dados dela. A Polícia Federal (PF) indiciou ambos por suspeita de fraude em competições esportivas.
A casa de apostas Betano bloqueou R$1.180,67 após identificar movimentação suspeita na conta criada em 31.out.2023, horas antes da partida entre Flamengo e Santos. A aposta inicial de R$380,86 estava direcionada ao cartão amarelo que Bruno Henrique receberia durante o jogo.
Mensagens analisadas pela PF mostram que Wander criou a conta usando dados da esposa sem autorização. Após o jogo, ele passou a exigir login e senha para sacar o dinheiro, mas Ludymilla negou passar os dados de acesso.
Em conversas com a mãe, Ludymilla demonstrou preocupação após receber notificação da Betano sobre suspeita de fraude. “Usou meu CPF para fazer aquela aposta lá, daqui a pouco até presa eu vou”, disse ela.
A investigada relatou que Wander chegou a forçar o portão de sua residência: “Por causa de uma aposta. Covarde, ele é um covarde!”, escreveu em mensagem. Ela afirmou que, se o dinheiro fosse liberado, ficaria como pensão dos filhos.
A Betano confirmou ter bloqueado pagamentos após identificar padrão suspeito em várias contas recém-criadas, todas apostando que Bruno Henrique receberia cartão amarelo, prática conhecida como “spot-fixing”.
A PF indiciou 10 pessoas, incluindo Ludymilla, Wander e Bruno Henrique, pelos crimes de fraude esportiva e estelionato.