O agricultor Ronilson de Jesus Santos foi assassinado a tiros na última sexta-feira (18), no quintal de sua casa, no município de Anapu, no sudoeste do Pará. Reconhecido como uma das principais lideranças locais ligadas à luta pela reforma agrária, ele integrava a direção da Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Brasil (Contraf Brasil) e atuava na gestão do Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Virola Jatobá — criado em 2005 pela missionária Dorothy Stang, também assassinada na mesma região.
A Polícia Civil informou que o caso está sendo investigado pela Delegacia de Conflitos Agrários (Deca), em Altamira, cidade vizinha a Anapu. Até o momento, ninguém foi preso.
O crime ocorre às vésperas do lançamento do relatório “Conflitos no Campo Brasil”, da Comissão Pastoral da Terra (CPT), previsto para 23 de abril. Ronilson deixa esposa e oito filhos.
Em nota, a Contraf Brasil repudiou o assassinato. “Temos o compromisso de denunciar esse crime bárbaro. Exigiremos apuração rigorosa e a punição dos responsáveis”, afirmou a entidade.
O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, também se pronunciou, destacando que a região é palco recorrente de conflitos entre agricultores e madeireiros. Ele garantiu que o governo está tomando providências para evitar a impunidade, incluindo conversas com o secretário de Segurança Pública do Pará e a ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, para que o assentamento Virola Jatobá e o Vale do Paracuru sejam incluídos no Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos.
O caso reacende o alerta sobre a violência no campo e a vulnerabilidade de líderes comunitários em áreas marcadas por intensas disputas fundiárias na Amazônia Legal.
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