Mesmo na UTI, Bolsonaro manda duro recado a Moraes

Internado na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital DF Star, em Brasília, após passar por uma cirurgia abdominal no dia 12 de abril, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) surpreendeu seus seguidores ao publicar uma série de declarações contundentes nas redes sociais. Em meio ao processo de recuperação, Bolsonaro não se manteve em silêncio diante dos últimos acontecimentos no cenário político brasileiro e aproveitou o momento para expor duras críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Recuperação médica não impede manifestação política

Apesar de estar debilitado fisicamente, Bolsonaro demonstrou estar atento aos acontecimentos mais recentes do Brasil. Sua postura combativa permaneceu intacta, e o ex-presidente utilizou suas redes sociais para emitir opiniões fortes, demonstrando preocupação com o que ele classifica como um avanço do autoritarismo institucional e uma inversão perigosa de valores no país.

Com uma linguagem firme e direta, Bolsonaro mostrou que, mesmo longe dos palanques e dos holofotes da mídia tradicional, ainda exerce influência sobre seus apoiadores e continua participando ativamente do debate político.

Duras críticas ao asilo concedido à ex-primeira-dama do Peru

Um dos principais focos da indignação de Bolsonaro foi a decisão do governo Lula de conceder asilo diplomático à ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia. Heredia foi condenada por corrupção e lavagem de dinheiro em seu país. No entanto, o atual governo brasileiro optou por recebê-la, algo que o ex-presidente considerou inadmissível.

“Corruptos condenados por lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos passaram a ser recebidos como ‘perseguidos políticos’, transportados pela Força Aérea Brasileira e acolhidos com honrarias por um governo que distorce o instituto do asilo para se solidarizar com quem rouba do próprio povo”, disparou Bolsonaro em uma publicação.

A crítica foi direcionada não apenas ao Executivo, mas também ao que ele entende como um novo padrão preocupante de acolhimento político, onde pessoas condenadas por crimes graves são tratadas como vítimas de perseguição.

Acusações contra o STF por suposta retaliação diplomática

Outro ponto levantado por Bolsonaro foi a polêmica envolvendo a extradição de um cidadão espanhol. Alexandre de Moraes, segundo o ex-presidente, teria suspendido o processo de extradição como uma forma de retaliação à Espanha, que se recusou a extraditar o jornalista Oswaldo Eustáquio — aliado de Bolsonaro investigado por supostos crimes relacionados a uma tentativa de golpe de Estado em 2022.

“Traficantes internacionais são mandados para casa numa confusão vergonhosa que instrumentaliza a justiça para fazer ‘retaliação diplomática’ contra a Espanha”, escreveu o ex-presidente.

Para Bolsonaro, essa atitude compromete a seriedade das instituições brasileiras e enfraquece a credibilidade internacional do país. Ele aponta que decisões judiciais vêm sendo tomadas com base em interesses políticos, o que, segundo ele, mina o Estado de Direito e a imagem do Brasil diante de outras nações.

Acusações de aparelhamento do Judiciário

Em sua publicação, Bolsonaro também aproveitou para denunciar o que considera uma centralização excessiva de poder no Supremo Tribunal Federal, especialmente nas mãos de Alexandre de Moraes. Para ele, o Judiciário tem sido usado como ferramenta de perseguição, favorecendo determinados grupos políticos em detrimento do interesse público.

“O Judiciário vem sendo usado como instrumento de vingança de acordo com os caprichos e vontades de um único homem”, afirmou, em clara referência ao ministro Moraes.

Essa afirmação, longe de ser isolada, reforça um discurso que o ex-presidente e seus aliados têm sustentado ao longo dos últimos anos: o de que existe uma judicialização seletiva, onde adversários políticos do governo petista são constantemente alvo de investigações, enquanto figuras ligadas ao atual governo são protegidas.

Críticas à política externa do governo Lula

Bolsonaro também criticou o que chamou de “politização das relações internacionais” promovida pelo governo Lula. Segundo ele, o Brasil tem perdido respeito e prestígio no exterior, especialmente entre países que tradicionalmente mantinham relações diplomáticas sólidas com o país, como os Estados Unidos, a Argentina e a própria Espanha.

Na visão do ex-presidente, essas nações passaram a enxergar as decisões judiciais e diplomáticas brasileiras como fortemente influenciadas por interesses ideológicos e políticos, o que colocaria em risco a imagem de imparcialidade e soberania das instituições brasileiras.

Discurso mantém base mobilizada

Mesmo longe da presidência e enfrentando desafios de saúde, Jair Bolsonaro tem conseguido manter sua base de apoiadores mobilizada por meio de manifestações como essa. As críticas ao STF, ao governo Lula e à condução da política externa brasileira são recebidas com entusiasmo por grande parte de seus seguidores, que veem nas declarações do ex-presidente um reflexo das próprias frustrações com o atual cenário político.

Além disso, sua disposição para se pronunciar mesmo em um momento delicado de saúde reforça a imagem de alguém que, para sua base, está sempre disposto a lutar por seus ideais.

Perspectivas futuras

Embora ainda esteja em recuperação e sem previsão de retorno à vida pública de forma ativa, Bolsonaro dá sinais de que continuará sendo uma figura influente na política nacional. Seu posicionamento forte contra decisões do STF e do governo Lula indica que ele pretende permanecer como voz ativa da oposição, independentemente de sua condição física atual.

O episódio recente apenas reforça a polarização que segue marcando o cenário político brasileiro. E, mesmo hospitalizado, Jair Bolsonaro mostrou que continua disposto a enfrentar seus adversários com a mesma retórica que marcou seu mandato presidencial.

O post Mesmo na UTI, Bolsonaro manda duro recado a Moraes apareceu primeiro em Agora Notícias Brasil.