A pouco mais de sete meses da COP 30, Conferência da ONU sobre o clima, que será realizada em Belém, o senador paraense Zequinha Marinho (Podemos-PA) levantou dúvidas em torno dos repasses financeiros feito ao Estado por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a realização da reunião das Nações Unidas.
Em entrevista ao Poder360, o senador, que preside a Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado, chamou de “vultosos” os empréstimos feitos pelo BNDES e disse esperar que “dessa vez esse dinheiro apareça”.
O Pará está sofrendo em termos financeiros para preparar a COP30. São empréstimos do BNDES vultosos, e isso preocupa. Se a COP30, com todos os defeitos, trouxer dinheiro para ajudar o Brasil a começar a mudar essa matriz produtiva, modernizando, trazendo menos impactos, fazendo muito mais tecnologia, maravilha, mas, vamos aguardar para ver. Vamos ver se dessa vez esse dinheiro aparece”, pontuou.
O BNDES vem financiando a COP 30 através de projetos de transição energética, restauração florestal e o desenvolvimento de infraestruturas. Ao todo, mais de R$ 5 bilhões serão destinados ao Pará. Deste montante, cerca de R$ 3 bilhões serão usados em investimentos apenas para Belém e região metropolitana, em contratos que envolvem o governo do Pará e o Banco.
Para Zequinha Marinho, a principal preocupação é com o que será feito com o “legado da COP” após o evento, para que não vire um “elefante branco”.
Terminou, vai todo mundo embora. E todo esse investimento que foi feito de repente não tem a utilidade que precisava se dar a eles. Lembra das Olimpíadas? O tanto que o Brasil gastou… Lembra da Copa do Mundo? Tanto que o Brasil gastou. E hoje, o que é que está gerando esse investimento? Praticamente nada. Tá dando despesa. O que tem que fazer manutenção de uma coisa que não traz retorno”, disse o senador.
O Tribunal de Contas da União (TCU), recentemente, pediu explicações ao governo Lula sobre o contrato firmado com a Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI) para organizar a COP 30. O valor do acordo firmado entre a governo brasileiro e a instituição gira em torno de R$ 478 milhões.
Um dos motivos que levaram o TCU a notificar o governo federal é o fato da OEI ser uma organização internacional e, assim, não ser necessário a abertura de processo licitatório para contratação da empresa. Fato que fez o Tribunal levantar suspeitas de possíveis irregularidades no acordo entre as partes.
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O post Zequinha Marinho cita preocupação com empréstimos para COP30: “Os recursos prometidos nunca aparecem” apareceu primeiro em Estado do Pará Online.