A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Terra Firme, em Belém, enfrenta uma grave crise. Funcionários denunciam atrasos salariais que já duram cinco meses, além da falta de insumos básicos para o funcionamento da unidade. A situação estaria comprometendo o atendimento à população e gerando tensão entre pacientes e profissionais de saúde.
A denúncia chegou ao Estado do Pará Online de forma anônima, e foi confirmada por dois trabalhadores da unidade, que relataram a precarização do serviço e o abandono por parte da gestão. Um dos funcionários, que pediu para não ser identificado, deu detalhes preocupantes sobre a rotina no local.
“Temos cinco meses contínuos, de novembro até agora, no meio de abril, com esses atrasos. Nosso pagamento, vale-transporte, vale-refeição… nada cai no prazo. Tem médico com três meses de salário atrasado”, revelou o servidor.
Além dos atrasos, ele relatou que a unidade está sem materiais essenciais, como produtos de enfermagem e itens de uso diário nos atendimentos de emergência. “Está faltando produto de higiene, produto de limpeza, impedem até o nosso trabalho com segurança”, desabafou.
Segundo o relato, a situação já impacta diretamente o funcionamento da UPA:
“De uma equipe de dez, às vezes só aparecem dois ou três para trabalhar. A população é quem mais sofre com isso. E com menos profissionais, aumentam os conflitos dentro da unidade, porque os pacientes querem atendimento e não entendem a falta de equipe”, completou.
Ainda de acordo com os relatos, os funcionários cobram uma posição dos gestores, mas não recebem prazos nem respostas objetivas. “Eles jogam a responsabilidade para a prefeitura e para o secretário de saúde. Só dizem que temos que aguardar”, afirmou o trabalhador.
A equipe do portal esteve na unidade e pôde verificar o clima de insatisfação e o movimento reduzido de servidores. Apesar da gravidade da situação, até o momento não foram registrados casos de agravamento do estado de saúde de pacientes por falta de insumos. Porém, os trabalhadores alertam que “o pior está por vir”.
O Estado do Pará Online procurou a Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma) e aguarda posicionamento oficial sobre os atrasos de pagamento e a falta de materiais na unidade.
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