Em mais um episódio que escancara a precariedade do sistema de saúde em São Francisco do Pará, na região do nordeste do estado, um idoso, debilitado e com febre de 40 graus, foi submetido a uma cena de indignidade que chocou a população. Sem condições de andar, ele foi socorrido por uma ambulância que não possuía sequer uma maca.
O paciente, segundo informações do radialista Naldo Lobo, em estado grave, foi colocado no chão do veículo, amarrado com gaze a uma prancha e envolto em uma rede, em um transporte que mais se assemelhava ao de um objeto do que ao de um ser humano.
O caso, ocorrido no último final de semana, foi denunciado pela neta do idoso, que compartilhou um vídeo e um relato emocionado, expondo a negligência da gestão municipal.
A Secretaria de Saúde de São Francisco do Pará, comandada pelo agricultor Clayton Salviano e respaldada pelo prefeito Ronaldo Nobre, enfrenta críticas severas pela falta de estrutura e preparo no atendimento à população. Segundo o relato da família, a equipe enviada para socorrer o idoso não contava com um técnico de saúde, e os profissionais levaram cerca de 30 minutos para improvisar uma forma de transportá-lo, dada a ausência de equipamentos básicos.
“Meu avô foi levado como um animal”, desabafou a neta, destacando que o descaso não é apenas uma questão política, mas uma violação da dignidade humana, especialmente de um idoso em situação de vulnerabilidade.
O Ministério Público precisa agir com urgência. Essa infâmia não pode passar em branco.
Casos recorrentes
Casos como esse, lamentavelmente, não são isolados e refletem uma crise crônica na saúde pública, que atinge com mais força as populações mais pobres e desassistidas. Divulgar denúncias como esta é essencial para pressionar as autoridades a enfrentarem problemas estruturais que não podem mais ser ignorados.
Enquanto o slogan “por amor a São Francisco” ecoa nas propagandas oficiais, a realidade nas ruas e nos atendimentos médicos revela um abandono que clama por providências urgentes. A sociedade civil, por meio de relatos e registros como o da neta desse idoso, desempenha um papel crucial em cobrar responsabilidade e exigir que o direito à saúde seja garantido com dignidade para todos.
É inadmissível que, em 2025, um município brasileiro ainda permita que seus cidadãos, especialmente os mais frágeis, sejam tratados com tamanha desumanidade. As autoridades de saúde precisam acordar para a gravidade da situação e agir com rapidez para sanar as deficiências do sistema. A população de São Francisco do Pará merece mais do que promessas vazias — merece respeito, cuidado e um atendimento que honre sua dignidade.
O jornalismo que não se acovarda está aqui para denunciar aberrações na saúde como essa, em São Francisco do Pará.
VEJA AS IMAGENS DO DESCASO
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