O mundo foi pego de surpresa com a morte de Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, aos 88 anos, nesta segunda-feira (21/4). Segundo o Vaticano, o pontífice teve um acidente vascular cerebral (AVC), seguido de um quadro de insuficiência cardíaca irreversível. Ele, porém, tinha um testamento pronto desde 2022.
Francisco faleceu em sua residência no Vaticano, a Casa Santa Marta. O anúncio da morte foi feito pelo cardeal Farrell. “Caros irmãos e irmãs, é com profundo pesar que me cabe anunciar a morte de Sua Santidade Papa Francisco”, disse.
Em seu testamento, tornado público após sua morte, Papa Francisco pediu que fosse enterrado na Basílica de Santa Maria Maggiore, em vez da Brasília de São Pedro, como é de costume. Também pediu um túmulo “simples, sem decoração especial” e com uma única inscrição: “Franciscus”.
O que acontece agora?
De acordo com a BBC, quando um papa morre, nove dias de luto são declarados. O enterro ocorre entre o quarto e o sexto dia após a morte. O funeral é organizado pelo camerlengo, título do tesoureiro nomeado da Santa Sé, que também organiza o conclave que escolhe o próximo papa.
Atualmente, essa função é desempenhada pelo cardeal irlandês Kevin Farrell. A eleição de um papa, chamado conclave, é conduzida em condições de segredo únicas no mundo moderno. Cardeais de todo o mundo são trancados no Vaticano até chegarem a um acordo. Esse processo, porém, pode levar dias.
Leia o testamento escrito pelo Papa Francisco:
Em Nome da Santíssima Trindade. Amém.
Sentindo que se aproxima o ocaso da minha vida terrena e com viva esperança na Vida Eterna, desejo expressar a minha vontade testamentária somente no que diz respeito ao local da minha sepultura.
Sempre confiei a minha vida e o ministério sacerdotal e episcopal à Mãe do Nosso Senhor, Maria Santíssima. Por isso, peço que os meus restos mortais repousem, esperando o dia da ressurreição, na Basílica Papal de Santa Maria Maior.
Desejo que a minha última viagem terrena se conclua precisamente neste antiquíssimo santuário Mariano, onde me dirigia para rezar no início e fim de cada Viagem Apostólica, para entregar confiadamente as minhas intenções à Mãe Imaculada e agradecer-Lhe pelo dócil e materno cuidado.
Peço que o meu túmulo seja preparado no nicho do corredor lateral entre a Capela Paulina (Capela da Salus Populi Romani) e a Capela Sforza desta mesma Basílica Papal, como indicado no anexo.
O túmulo deve ser no chão; simples, sem decoração especial e com uma única inscrição: Franciscus.
As despesas para a preparação da minha sepultura serão cobertas pela soma do benfeitor que providenciei, a ser transferida para a Basílica Papal de Santa Maria Maior e para a qual dei instruções apropriadas ao Arcebispo Rolandas Makrickas, Comissário Extraordinário do Cabido da Basílica.
Que o Senhor dê a merecida recompensa àqueles que me quiseram bem e que continuarão a rezar por mim. O sofrimento que esteve presente na última parte de minha vida eu o ofereço ao Senhor pela paz no mundo e pela fraternidade entre os povos.
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