O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), evitou dizer o que pensa sobre o projeto da anistia e não quis antecipar se irá pautar o tema. O político tem sido pressionado por parlamentares bolsonaristas para pautar o texto que busca perdoar as pessoas envolvidas nos ataques de 8 de janeiro de 2023. As declarações foram dadas em São João Del-Rei, no Campo das Vertentes, durante uma cerimônia em homenagem à memória do presidente Tancredo Neves.
“Nós temos buscado trabalhar sempre dialogando com as lideranças partidárias, com o Senado Federal e também com as outras instituições. É um tema que, como todos sabem, divide a casa, eu tenho procurado na nossa gestão, há pouco mais de dois meses, conduzir a casa com muita serenidade, com muito equilíbrio. Essa será mais uma discussão que nós vamos conduzir dessa forma, ouvindo a todos, para que o Brasil possa sair dessas discussões mais forte. Eu penso que o Brasil tem muitos desafios, o Brasil tem pela frente muitos problemas a serem resolvidos, que passa também pela discussão do parlamento e é nessa agenda que nós temos que focar. É gastarmos energia com aquilo que realmente vem a representar para o país avanços em muitos problemas que nós temos na saúde, na educação, na segurança pública. Penso que o Parlamento tem que focar nessa agenda que é o que realmente a população espera de nós nesse momento”.
Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados
Leitura particular
Motta foi questionado pela imprensa sobre a sua leitura particular, como deputado, do projeto da anistia. O presidente se esquivou da pergunta. “Eu sou o presidente da Casa e irei conduzir com muita cautela, com muita serenidade esse tema”, respondeu.
Motta também falou sobre a história e a importância de Tancredo Neves para a construção da democracia brasileira.
“É um momento, primeiro, de muita honra poder estar aqui em São João del-Rei, ao lado da família de Tancredo, ao lado dos seus amigos e amigas, fazendo essa homenagem justa pelos 40 anos da sua passagem, mas mais do que isso, para homenagear o grande legado que Tancredo e tantos outros que trabalharam para que a nossa democracia pudesse hoje estar estabelecida, possa aqui ser rememorada”, destacou.
“A nossa presença vem justamente para dizer que o Brasil tem hoje instituições estabelecidas. Nós vivemos, como disse tão bem aqui o presidente Aécio, o maior período de regime democrático da nossa história, demonstrando que nós sabemos qual o caminho seguir para que o Brasil possa cada vez mais ser um país mais justo, um país mais próspero, onde o nosso povo, onde a nossa população possa escolher o que quer para o seu destino. Então, para mim, é uma honra muito grande poder aqui estar fazendo essa homenagem ao grande presidente, Tancredo Neves”, acrescentou Motta.
Homenagens
A cerimônia foi organizada pelo deputado federal e ex-governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), que é neto de Tancredo. O ex-governador de Minas Gerais, Eduardo Azeredo (PSDB-MG), o ex-prefeito de Belo Horizonte Márcio Lacerda (PSB), os deputados federais Gilberto Abramo (Republicanos-MG) e Luís Fernando Faria (PSD-MG), o ex-deputado Pimenta da Veiga (PSDB), estavam entre as autoridades presentes na cerimônia, que marcou os 40 anos da morte de Tancredo.
Uma missa foi celebrada e autoridades também visitaram o túmulo de Tancredo. Um memorial em homenagem ao político, que estava fechado desde a pandemia, foi reinaugurado.
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