A postura do ministro da Previdência, Carlos Lupi, diante do escândalo no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) foi tema de editorial publicado pela Folha de S.Paulo nesta terça-feira (29). No texto, o jornal afirma que o ministro do governo Lula (PT) perdeu as condições de seguir no cargo e se mostrou “omisso” em meio às denúncias de fraude na instituição.
– O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) forçou a saída do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, apenas quando a Polícia Federal bateu às portas da instituição. O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, não havia se prontificado a demitir o auxiliar nem quando o escândalo enfim aflorou. No cargo desde o início deste governo, em 2023, Lupi foi omisso quanto a denúncias e recomendações de órgãos de controle a respeito de inoperâncias e sinais de malfeitos justamente na administração do que é a essência do seu ministério, o instituto responsável pelo pagamento de aposentadorias, pensões e auxílios – observou a Folha.
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O periódico pontua que, segundo as investigações, os desvios podem ter iniciado ainda durante o governo de Michel Temer (2016), mas que saltaram durante a gestão Lula (PT), aumentando 84% em 2023 e 273% em 2024 em comparação com 2022.
– Ao passo que aumentavam o valor total dos descontos e o número de reclamações dos beneficiários, acumulavam-se alertas e pedidos de providências por parte de instituições como Ministério Público, Tribunal de Contas da União (TCU) e Controladoria-Geral da União (CGU). O que não funcionou foi a pasta da Previdência – apontou.
O veículo de imprensa lembra que em 2023, o caso foi levado ao Conselho Nacional da Previdência Social, chefiado por Lupi, e que em meados de 2024 a CGU enviou ao INSS evidências de desvios, afirmando que a instituição estava sendo negligente e fazendo uma série de recomendações.
A Folha questionou o que foi feito perante tantos avisos de órgãos de controle e refutou a fala do ministro de que não era simples investigar o caso porque a máquina pública é letárgica.
– Seu ministério e o INSS, especialistas no assunto, encarregados de controles e detentores dos dados, não teriam mais meios de averiguação do que, por exemplo, a CGU? – indagou o editorial.
O texto argumenta que, além da omissão, Lupi sequer deu conta de reduzir a fila de pedidos por benefícios, e em um claro apelo ao presidente Lula, diz que já não faz mais sentido que “o responsável administrativo e político pelo descalabro” continue chefiando a pasta da Previdência.
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