Apple supera previsões de Wall Street, mas ações recuam diante de incertezas comerciais

Nesta quinta-feira, 1º de maio, a Apple divulgou seus resultados trimestrais, ligeiramente acima das projeções de Wall Street. O desempenho foi impulsionado por consumidores que anteciparam a compra de iPhones, receosos de possíveis tarifas de importação sobre o principal produto da companhia, propostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

A gigante de tecnologia, com sede em Cupertino, Califórnia, registrou receita de US$ 95,36 bilhões e lucro por ação de US$ 1,65 no segundo trimestre fiscal encerrado em 29 de março. As projeções dos analistas, segundo a LSEG, eram de US$ 94,68 bilhões em receita e US$ 1,63 por ação.

As vendas de iPhones atingiram US$ 46,84 bilhões, superando os US$ 46,17 bilhões esperados pelo mercado. Apesar dos números positivos, os papéis da Apple recuaram 2,4% nas negociações após o fechamento do mercado.

Mesmo com resultados acima do esperado, investidores demonstram preocupação com os impactos que uma possível imposição de tarifas comerciais pode ter nos próximos meses.

“A iniciativa da empresa de deslocar parte de sua produção para a Índia traz dúvidas relevantes sobre prazos, capacidade produtiva e possíveis elevações de custos, que podem afetar a margem de lucro, serem repassadas ao consumidor ou provocarem um conjunto de efeitos”, destacou Jacob Bourne, analista da Emarketer.

Até o momento, os eletrônicos têm sido poupados pelas tarifas do governo Trump. No entanto, há indicações de que novas medidas poderão ser anunciadas nas próximas semanas. Essa incerteza já levou a uma desvalorização de cerca de 15% nas ações da Apple este ano, o que representa uma perda de mais de US$ 600 bilhões em valor de mercado.

Além disso, uma perspectiva otimista divulgada pela Microsoft impulsionou o valor de mercado da empresa para US$ 3,2 trilhões, ultrapassando a Apple como a companhia mais valiosa do planeta.

No segmento de serviços, a Apple reportou uma receita de US$ 26,65 bilhões, levemente abaixo da estimativa de US$ 26,69 bilhões. Já a divisão de acessórios e dispositivos vestíveis — como os AirPods — gerou US$ 7,52 bilhões, aquém da projeção de US$ 7,85 bilhões.

As vendas de iPads totalizaram US$ 6,40 bilhões, enquanto as de Macs chegaram a US$ 7,95 bilhões, superando as estimativas de US$ 6,07 bilhões e US$ 7,92 bilhões, respectivamente.

A empresa também anunciou um aumento de 4% no pagamento de dividendos, que passará para US$ 0,26 por ação, além da autorização de um novo programa de recompra de ações no valor de US$ 100 bilhões.

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