Grupo de dança denuncia influenciador por ataque homofóbico em Belém; acusado afirma não ter preconceito

Um episódio envolvendo preconceito e exposição indevida nas redes sociais mobilizou a comunidade alternativa em Belém e gerou repercussão nas plataformas digitais. O caso, ocorrido no último domingo (4), levou o grupo de dança Classy Boys a denunciar o influenciador e fisiculturista Wilson Cleyber por discriminação e difamação.

Durante um ensaio ao ar livre na Praça Porto Futuro, em Belém, integrantes do grupo de dança Classy Boys foram alvo de zombarias e gravações não autorizadas por três homens, entre eles o influenciador Wilson Cleyber, que publicou vídeos com comentários considerados homofóbicos, chamando os jovens de “geração fraca” por dançarem músicas como as da cantora Lady Gaga.

Em entrevista ao portal Estado do Pará Online (EPOL), membros do grupo relataram que perceberam o momento da gravação e o constrangimento causado. No dia seguinte, se depararam com vídeos publicados por Wilson em sua rede social, onde possui mais de 46 mil seguidores. Nas publicações, o influenciador também usou termos como “pau-no-cu”, “pomba-lesa” e “Zé Buceta” ao se referir aos rapazes, além de se dizer “sem preconceito” em vídeos posteriores.

O boletim de ocorrência registrado virtualmente relata a exposição dos dançarinos, a zombaria sofrida e os ataques depreciativos aos jovens. A publicação dos vídeos sem consentimento pode configurar crimes contra a honra, como injúria e difamação, além de constrangimento ilegal, segundo o Código Penal Brasileiro.

Equiparado ao crime de racismo desde 2019 pelo Supremo Tribunal Federal, o ato de homofobia é inafiançável e imprescritível. Quando praticado em meios de comunicação, a pena pode chegar a até cinco anos de prisão. A equipe jurídica dos Classy Boys informou que está reunindo provas para acionar a Justiça.

Procurado pela reportagem, Wilson encaminhou o contato de seu advogado, que se comprometeu a enviar um posicionamento até as 13h desta segunda-feira (6), mas até o fechamento deste texto não havia retornado. O EPOL mantém espaço aberto para manifestação do influenciador.

O caso gerou forte mobilização, principalmente da comunidade K-pop e de defensores dos direitos LGBTQIAPN+ nas redes sociais, que passaram a denunciar o perfil de Wilson e prestar solidariedade aos dançarinos. O grupo afirma que continuará se posicionando publicamente e não deixará que episódios como esse silenciem a expressão artística e a diversidade de gênero.

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