O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), reclamou publicamente nesta terça-feira (6) da quantidade de pedidos de suspeição que vêm sendo protocolados contra ele em diversos processos, inclusive os ligados à chamada suposta tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro. Durante sessão da Primeira Turma, Moraes afirmou estar “magoado” com o que classificou como tentativas de deslegitimar sua atuação na Corte.
“Fico extremamente magoado, porque, quando surge o nome do ministro Fux, ninguém pede a suspeição dele. Quando aparece o meu nome, são 868 pedidos de suspeição. Suspeito é quem está pedindo a minha suspeição. É impressionante”, declarou Moraes.
A fala ocorreu em meio ao julgamento de integrantes do núcleo 4, grupo investigado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por suposta articulação golpista em defesa da permanência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder. Os denunciados são acusados de promover desinformação e espalhar notícias falsas sobre o sistema eleitoral.
Moraes se compara a Fux e critica suspeições
O comentário de Moraes foi feito após o colega Luiz Fux mencionar uma investigação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sobre as urnas eletrônicas. Fux condenou o que classificou como “bisbilhotagem ridícula” e, ao fazer a conexão, Moraes comparou o tratamento dado a ele com o reservado a outros ministros.
A comparação evidencia o desconforto do magistrado com o crescimento das contestações a sua imparcialidade, especialmente por ser relator de diversas ações envolvendo opositores do governo Lula, aliados do ex-presidente Bolsonaro e militares.
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Nos bastidores, os pedidos de suspeição são vistos por juristas como instrumentos legítimos da defesa, mas têm sido constantemente rejeitados pela própria Corte sob o argumento de que não há comprovação de parcialidade.
Julgamento prossegue com críticas ao STF
O processo em pauta envolve os nomes de Ailton Gonçalves Moraes Barros, Ângelo Martins Denicoli, Carlos César Moretzsohn Rocha, Giancarlo Gomes Rodrigues, Guilherme Marques de Almeida, Marcelo Araújo Bormevet e Reginaldo Vieira de Abreu. Todos foram denunciados pela PGR por supostamente integrarem uma rede digital de desinformação e ataques às instituições.
A atuação de Moraes à frente desses processos, no entanto, tem sido alvo constante de críticas por setores conservadores e parlamentares da oposição, que o acusam de agir politicamente e extrapolar as funções constitucionais do cargo.
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