Marco Aurélio contesta narrativa de “golpe” em 8 de janeiro e defende anistia como ato soberano do Congresso

O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, questionou publicamente a classificação dos atos de 8 de janeiro de 2023 como uma tentativa de golpe de Estado. Durante participação no programa GloboNews Debate, Mello expressou ceticismo quanto à narrativa dominante sobre os eventos, que resultaram na prisão de centenas de manifestantes.

“Eu não compreendo tentativa de golpe de Estado sem o apoio das Forças Armadas. Os cidadãos em si, em uma passeata, como ocorreu, quando o Estado não se fez presente em termos de repressão, que passaram à baderna, e aí à depredação pública, como se verificou e a todos os títulos [foi] lastimável” – afirmou o ex-ministro.

Anistia é prerrogativa legítima do Congresso, afirma Marco Aurélio
Questionado sobre os projetos que tramitam no Congresso Nacional propondo anistia aos presos dos atos de 8 de janeiro, Marco Aurélio foi enfático ao considerar a medida constitucional e legítima dentro do ordenamento jurídico brasileiro:

“Anistia é ato do Congresso Nacional. A meu ver, é um ato soberano. Não há como justificar anistia. É perdão, é esquecimento, virada de página, busca da paz social, do entendimento entre as partes antagônicas”.

O ex-ministro fez ainda uma provocação ao comparar a proposta de anistia com o fim da Operação Lava Jato, uma das maiores investigações de corrupção da história do Brasil:

“O que é pior: a anistia em si ou o enterro da Lava Jato sem o direito à missa de sétimo dia?” – questionou.

Ex-ministro reforça crítica à narrativa de golpe

A manifestação de Marco Aurélio ocorre em meio a crescentes apelos por anistia, especialmente entre grupos conservadores e parlamentares que consideram excessiva a punição imposta aos manifestantes do 8 de janeiro. Para o ex-ministro, os eventos, apesar de “lastimáveis”, não configuram um golpe de Estado sem a participação efetiva das Forças Armadas.

O posicionamento de Marco Aurélio Mello se soma ao de outras vozes do meio jurídico e político que alertam para possíveis exageros nas condenações e defendem a retomada do debate institucional sobre a reconciliação nacional.

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