O deputado federal Marco Feliciano apresentou recentemente um projeto de lei que tem gerado debates e esperanças entre milhões de aposentados brasileiros. A proposta visa conceder anistia total para todos os empréstimos consignados contratados por aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) no período entre 2016 e 2024.
A justificativa para essa medida drástica está ancorada em sérios indícios de corrupção, fraudes e conluios que teriam ocorrido ao longo desses anos, afetando diretamente a segurança e a legitimidade do sistema de crédito consignado oferecido aos beneficiários da Previdência Social.
Um período marcado por fraudes e irregularidades
Segundo Feliciano, esse intervalo de oito anos foi marcado por graves falhas administrativas e operacionais, além de ações criminosas que envolveram instituições financeiras, servidores públicos e empresas terceirizadas. As investigações preliminares indicam que houve um possível esquema de desvio de recursos públicos e manipulação de dados dos aposentados.
Estima-se que o prejuízo aos beneficiários pode chegar à marca impressionante de R$ 90 bilhões, uma quantia que teria sido drenada dos bolsos dos aposentados por meio de juros abusivos, cláusulas contratuais enganosas e empréstimos não autorizados.
O papel da Dataprev e as falhas no controle
Parte das irregularidades teria origem em vulnerabilidades no sistema da Dataprev, empresa pública responsável pelo processamento de dados do INSS. Segundo o parlamentar, essas falhas sistêmicas facilitaram a prática de golpes e permitiram que terceiros contratassem créditos em nome de aposentados sem seu consentimento, ou mesmo aplicassem condições financeiras extremamente prejudiciais, aproveitando-se da fragilidade informacional de muitos idosos.
Esses fatores, somados à baixa fiscalização e ausência de transparência em diversas etapas do processo de concessão dos consignados, lançam dúvidas sobre a legitimidade de milhares de contratos firmados ao longo desses anos.
Uma medida de justiça social
Para Marco Feliciano, a proposta de anistia representa mais do que uma decisão política; ela é uma resposta moral à injustiça sofrida por milhões de brasileiros que dedicaram a vida ao trabalho e hoje enfrentam dificuldades financeiras por conta de um sistema que falhou em protegê-los.
“É hora de cuidar de quem já cuidou de nós“, disse o deputado. Ele acredita que não há como exigir a quitação de contratos firmados sob suspeita de fraude, especialmente quando envolvem uma parcela da população tão vulnerável quanto os aposentados.
A anistia, nesse caso, não seria apenas uma forma de alívio financeiro, mas também um ato de reparação histórica frente ao descaso e à exploração vividos por esses cidadãos.
Repercussão entre especialistas e aposentados
A proposta tem dividido opiniões. Especialistas em direito previdenciário veem com bons olhos a intenção de proteger os aposentados e investigar as fraudes, mas alertam que uma anistia ampla pode abrir precedente perigoso, além de gerar impactos econômicos relevantes para o sistema bancário e para os cofres públicos.
Por outro lado, entidades de defesa dos idosos, sindicatos e organizações da sociedade civil têm manifestado apoio à medida, destacando que a maioria dos aposentados vive com renda limitada e tem enfrentado situações de superendividamento por causa dos consignados.
Para muitos aposentados, a proposta reacende a esperança de dias melhores. “Assinei um empréstimo de R$ 5 mil e acabei pagando mais de R$ 12 mil. Eu não sabia o que estava assinando direito”, conta dona Maria Aparecida, de 72 anos, moradora do interior de Minas Gerais.
Impacto financeiro e tramitação do projeto
Caso seja aprovado, o projeto deve provocar repercussões significativas no setor financeiro, especialmente nas instituições que operam com crédito consignado. Os bancos já se posicionaram contra a proposta, alegando que a medida pode gerar prejuízos bilionários e desestabilizar o mercado.
Contudo, Marco Feliciano argumenta que a proposta não visa atacar os bancos de forma injusta, mas sim responsabilizar os envolvidos em práticas ilegais e garantir justiça aos aposentados prejudicados. Ele ainda destaca que o projeto prevê uma auditoria ampla dos contratos, o que permitirá identificar quais empréstimos foram de fato fraudados e quais não.
O projeto de lei seguirá agora para análise nas comissões da Câmara dos Deputados. A expectativa é de que haja forte pressão de ambos os lados — defensores dos aposentados e representantes do setor financeiro — durante as discussões.
Caminho para a aprovação e mobilização popular
Feliciano tem mobilizado sua base e incentivado os eleitores a se manifestarem em apoio ao projeto. Nas redes sociais, o parlamentar vem compartilhando depoimentos de aposentados e solicitando que a população pressione os demais deputados para aprovar a proposta.
“Estamos falando de milhões de vidas impactadas por práticas injustas. Se a política serve para algo, é para proteger os mais frágeis”, afirmou o deputado em uma publicação recente.
A mobilização popular pode ser determinante para o avanço do projeto. Caso a proposta ganhe força suficiente, poderá passar ainda em 2025 e começar a ser implementada no ano seguinte.
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