Megaoperação do Ibama contra desmatamento gera revolta em ruralistas aliados do governador Helder Barbalho

Foto: Gil Ferreira/Ascom-SRI

Uma megaoperação contra desmatamento ilegal do Ibama na Amazônia gerou revolta no setor ruralista do Pará, quando o Estado se prepara para sediar em novembro próximo a Conferência do Clima da ONU, a COP 30.

A ação do Ibama, realizada entre o final de abril e o começo de maio, foi a maior operação de sua história contra o desmatamento ilegal utilizando embargos remotos. Esse tipo de procedimento cruza imagens de satélite do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisa Espacial) com os dados de áreas com autorização para realizar supressão da vegetação legalmente.

Para tentar contornar a situação, o governador Helder Barbalho (MDB) acionou o Palácio do Planalto pedindo socorro. Na última quarta-feira (7), uma comitiva de políticos do Pará e de representantes do agronegócio estiveram reunidos com a ministra das relações institucionais, Gleisi Hoffmann, com o assunto em pauta. As informações foram publicadas pela Folha de S.Paulo, na sexta-feira (9). Como resposta, a Ministra disse que vai se reunir com o Ibama e o Ministério do Meio Ambiente para avaliar a situação.

De acordo com a matéria, a tensão acontece às vésperas do início do novo Plano Safra (que deve ser lançado em junho) e em um momento em que o Ministério do Meio Ambiente ligou um alerta para um possível aumento da destruição da floresta amazônica.

“Embargão”

O Ibama embargou mais de 70 mil hectares de terra em toda a Amazônia – equivalentes a quase 100 mil campos de futebol- e 5.000 fazendas, nos estados do Acre, Amazonas, Mato Grosso, Rondônia e Pará, que representa cerca de metade de tudo isso. A ação foi apelidada de “embargão” e integra a operação Controle Remoto, ativa desde 2023.

O Ibama mirou os 11 municípios no Pará considerados mais críticos. O planejamento para a ação começou ainda em dezembro do ano passado. A operação foi uma resposta a um possível aumento no desmatamento na Amazônia, às vésperas do início da temporada de incêndios.

Em vez de emitir laudos e realizar notificações individuais a cada um dos proprietários rurais identificados pela fiscalização, nesta operação o Ibama publicou um enorme edital online comunicando os milhares de embargos e já ordenando a retirada do gado das propriedades em 30 dias – método mais ágil que o anterior.

O embargo funciona como um bloqueio: os fazendeiros que não atenderem à determinação podem ser multados e ficam impedidos de acessar crédito rural ou de produzir nestes locais.

A reunião, para a qual o Ibama não foi chamado, terminou sem encaminhamentos concretos, mas com a promessa de que a questão vai ser apurada, segundo pessoas presentes afirmaram sob anonimato.

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