A Polícia Federal cumpre nesta quarta-feira, 14, dois mandados de busca e apreensão em Presidente Prudente, no interior de São Paulo, como parte da segunda fase da Operação Sem Desconto, que apura fraudes em descontos indevidos aplicados a aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
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A ação foi autorizada pela 10ª Vara Federal do Distrito Federal e ocorre em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU). O objetivo é localizar patrimônio ocultado por investigados na primeira fase da operação, realizada em abril.
São alvos dos mandados desta quarta-feira Cícero Marcelino de Souza Santos, apontado como assessor do presidente da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais do Brasil (Conafer), Carlos Roberto Ferreira Lopes, e a esposa de Cícero, Ingrid Pikinskeni Morais Santos.
Segundo a investigação, a Conafer, presidida por Lopes, recebeu mais de R$ 100 milhões do Fundo do Regime Geral de Previdência Social (RGPS/INSS). Parte do valor — R$ 812 mil — teria sido repassada diretamente a Lopes e, posteriormente, transferida a Cícero, Ingrid e empresas ligadas ao casal.
De acordo com a PF, associações como a Conafer cadastravam aposentados sem autorização, com uso de assinaturas falsas, para aplicar descontos mensais nos benefícios pagos pelo INSS.
O esquema de fraudes no INSS
A fraude foi revelada no mês passado por uma operação conjunta da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU). Os casos surgiram em 2019, sob o governo de Jair Bolsonaro, e aumentaram exponencialmente quatro anos depois, sob o governo Lula. No total, 6 milhões de pessoas vinham sendo descontadas mensalmente em seu salário de aposentadoria, a maioria sem consentimento, comprometendo ao todo R$ 6,3 bilhões. Os descontos só foram alegadamente suspensos em abril de 2025.
O esquema levou ao afastamento de seis servidores, à demissão do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e à saída do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), após reunião com Lula.
Na primeira fase da operação, foram apreendidos diversos bens de alto valor, incluindo quantias em dinheiro. A PF afirma que a nova etapa mira um operador financeiro suspeito de utilizar recursos desviados para adquirir veículos de luxo.
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