J&F e Paper Excellence anunciam acordo de R$ 15 bi sobre Eldorado

A J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, concluiu nesta 5ª feira (15.mai.2025) o pagamento de R$ 15 bilhões (US$ 2,640 bilhões) para adquirir os 49,41% das ações da Eldorado Brasil que estavam em posse da Paper Excellence.

Com a operação, a holding passa a deter 100% do capital da companhia. O acordo marca o fim da disputa pelo controle da Eldorado, considerado o maior litígio entre acionistas da história do país. Leia a íntegra (PDF – 15 kB) do comunicado conjunto.

“Esta é uma página que viramos de forma amigável, desejando sucesso a nossos ex-sócios e abrindo um novo capítulo na história da Eldorado”, disse Aguinaldo Filho, presidente da J&F e presidente do Conselho de Administração da Eldorado.

Segundo o executivo, o investimento demonstra a confiança da holding no potencial do setor no país.

ENTENDA O CASO

O conflito entre os 2 grupos pelo controle da Eldorado Brasil Celulose foi iniciado com a negociação de venda das ações da empresa em 2017.

A Eldorado é uma das maiores produtoras de celulose do país, com uma unidade fabril em Três Lagoas (MS) e um terminal portuário no Porto de Santos, de onde exporta para 40 países. Foi fundada em 2010 pelo Grupo J&F.

Em 2017, a J&F Investimentos fechou contrato para venda de 100% das ações da Eldorado Celulose para a Paper Excellence por R$ 15 bilhões. Foi efetivada a transferência de 49,41% das ações da Eldorado para a multinacional, mas o restante do acordo não chegou a ser concluído.

A disputa entre a J&F e a Paper Excellence começou em 2018, quando o contrato de 1 ano da Paper Excellence para adquirir 100% das ações da Eldorado Celulose passou a ser discutido inicialmente no tribunal de arbitragem e, depois, também judicialmente.

O processo de arbitragem deu ganho de causa à Paper Excellence em 2021, concluindo que a J&F tinha a obrigação de vender 100% da Eldorado à empresa indonésia. O processo, no entanto, foi suspenso pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) enquanto não for julgada uma ação popular que pede que a venda da Eldorado seja desfeita porque a Paper Excellence não requereu as autorizações prévias do Congresso e do Incra, exigidas para a aquisição e o arrendamento de terras por estrangeiros.


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