O número de casamentos civis no Pará teve uma queda expressiva em 2023, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foram registrados 32.505 casamentos no estado no ano passado — 4.803 a menos que em 2022, quando ocorreram 37.308 uniões formais. A redução acompanha a tendência nacional e é a maior queda em números absolutos registrada no estado na última década.
Entre os 144 municípios paraenses, 99 apresentaram queda no número de casamentos, enquanto apenas 44 registraram aumento e um manteve o mesmo número de registros. Belém lidera a lista de cidades com mais casamentos, com 5.724 registros. Na sequência, aparecem Santarém (1.706), Ananindeua (1.518), Marabá (1.518), Parauapebas (1.163), Castanhal (777), Barcarena (714), Abaetetuba (628), Curionópolis (619) e Altamira (617).
Outro dado que chama atenção é o número de casamentos entre pessoas do mesmo sexo: foram 183 em 2023 no estado, sendo 136 entre cônjuges do sexo feminino (74,3%) e 47 entre pessoas do sexo masculino. Os casais femininos, em sua maioria, formalizaram a união entre os 25 e 29 anos, enquanto os masculinos apresentaram o maior percentual na faixa dos 30 a 34 anos.
A maior parte dos casamentos entre casais de sexos opostos continua concentrada entre jovens: 19% foram realizados por pessoas entre 20 e 24 anos, seguidos pela faixa dos 25 a 29 anos, com 18,7%.
Divórcios seguem em alta, com maioria das separações iniciadas por mulheres
Em contrapartida à queda nos casamentos, o número de divórcios no Pará somou 3.011 em 2023, sendo a maioria deles de natureza consensual (68,6%). Nos casos não consensuais, as mulheres foram as principais requerentes da dissolução do vínculo: 56,7% dos pedidos partiram delas.
A maior proporção de divórcios ocorreu entre casais com mais de 25 anos de união (20,6%), índice superior à média nacional (17,2%). Quase 40% das separações envolveram famílias com filhos menores de idade.
Outros destaques: nascimentos estáveis e mortalidade em queda
O estudo do IBGE também apontou que o número de nascimentos no Pará se manteve estável entre 2022 e 2023, com 132.169 registros. Destes, 122.165 ocorreram efetivamente no ano de referência. O dado revela que 7,6% dos registros são retroativos ou não têm ano identificado — um percentual mais que o dobro da média nacional (2,9%).
Entre as mães, 27,6% tinham 30 anos ou mais no momento do parto — abaixo da média nacional (39%), refletindo o início tardio da maternidade em outras regiões. Já o índice de partos entre adolescentes de até 19 anos é de 19,2% no Pará, maior que a média nacional (11,8%).
Por fim, os registros de óbitos no estado caíram 4,6% em 2023, com 36.376 mortes. A redução acompanha a tendência nacional e está ligada ao recuo dos efeitos da pandemia de Covid-19. Os homens seguem liderando as mortes por causas externas e óbitos em via pública, com 83,7% das ocorrências nesse tipo de local.
Esses dados compõem o levantamento anual de Estatísticas do Registro Civil do IBGE, que traça um panorama sobre nascimentos, casamentos, divórcios e óbitos em todo o país.
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