Presidente Lula. Foto: Ricardo Stuckert / PR
Fórum – O ataque aéreo de Israel que matou nove dos dez filhos da médica palestina Alaa Al-Najjar, neste sábado (24), foi duramente criticado pelo governo Lula, que o classificou o ato violento como “vergonhoso” e “covarde”. Em nota oficial, assinada pelo próprio presidente, ele afirma que se trata de uma guerra assimétrica, na qual um Estado com grande poder militar ataca uma população civil desprotegida e é enfático: “O único objetivo da atual fase desse genocídio é privar os palestinos das condições mínimas de vida com vistas a expulsá-los de seu legítimo território”.
Lula declarou que a continuidade das ofensivas israelenses já não encontra respaldo na alegação de defesa ou no combate ao terrorismo. O confronto teve início após os ataques lançados pelo Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023 e desde então o grupo mantém presença significativa na Faixa de Gaza.
Não é a primeira vez que Lula critica de forma contundente as ações de Israel em Gaza. Em outros momentos, Lula já disse que a ofensiva israelense é um genocídio contra o povo palestino. Esse é o segundo pronunciamento do governo brasileiro neste fim de semana contra as ações de Israel.
Leia a íntegra da nota oficial
“A morte de 9 dos 10 filhos da médica palestina Alaa Al-Najjar, como consequência de ataque aéreo do governo de Israel na faixa de Gaza, no sábado (24/5), é mais um ato vergonhoso e covarde. Seu único filho sobrevivente e seu marido, também médico, seguem internados em estado crítico.
Esse episódio simboliza, em todas as suas dimensões, a crueldade e desumanidade de um conflito que opõe um estado fortemente armado contra a população civil indefesa, vitimando diariamente mulheres e crianças inocentes.
Já não se trata de direito de defesa, combater o terrorismo ou buscar a libertação dos reféns em poder do Hamas. O que vemos em Gaza hoje é vingança. O único objetivo da atual fase desse genocídio é privar os palestinos das condições mínimas de vida com vistas a expulsá-los de seu legítimo território.”
Estado Palestino
O Brasil foi convidado, na semana passada, a assumir a copresidência de um grupo de trabalho das Nações Unidas encarregado de discutir a formação de um Estado palestino. Segundo o Itamaraty, o convite ao Brasil partiu da França e da Arábia Saudita, países que lideram a “Conferência Internacional para a Solução Pacífica da Questão da Palestina e a Implementação da Solução de Dois Estados”.
O Brasil deverá copresidir, ao lado do Senegal, um grupo de trabalho voltado à promoção do respeito ao direito internacional como base para viabilizar a solução dos dois Estados. Com a defesa do Estado Palestino, o país brasileiro tem uma posição histórica.
“Todos os estados-membros da ONU estão sendo consultados simultaneamente pelos oito grupos de trabalho e participarão dos trabalhos de forma voluntária. Não há ainda definição sobre quais países vão participar dos grupos. A Conferência ocorrerá em junho próximo”
Em declaração feita neste domingo (25), durante reunião internacional em Madri, o ministro das Relações Exteriores da Espanha defendeu que a comunidade internacional avalie a adoção de sanções contra Israel como mecanismo para forçar o fim das hostilidades em Gaza. O Brasil participou da reunião. Representantes de 20 países se reuniram na Espanha.
Em comunicado oficial, o Itamaraty afirmou que Mauro Vieira “defendeu o reconhecimento internacional do Estado da Palestina e sua admissão como membro pleno da ONU como passos indispensáveis para iniciar a implementação da solução de dois Estados”. O ministro ainda criticou a omissão da comunidade internacional frente à crise humanitária em Gaza.
“O quadro atual, com um Estado apenas, e como potência ocupante, claramente não levou à implementação da rota para a paz traçada em Oslo”, disse sobre os acordos firmados entre Israel e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) nos anos 1990.
O post Lula condena “vingança” de Israel em genocídio e lidera grupo para criar Estado Palestino apareceu primeiro em PONTO DE PAUTA – PARÁ.