O ministro Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos) disse nesta 3ª feira (27.mai.2025) que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) precisa “acertar ainda mais na economia” e “dialogar mais com a agenda do ajuste fiscal”. Ainda assim, segundo ele, o Brasil vive um bom momento para investimentos estrangeiros.
“O Brasil vive um excelente momento do ponto de vista internacional, abriu mais de 340 novos mercados, fortalecendo o setor da proteína animal, o setor do agronegócio, entre outros ativos que nós temos no Brasil. Então, o mundo tem observado o Brasil como a grande janela de oportunidades”, declarou em entrevista ao programa “Bom dia, ministro”, do Canal Gov.
“Precisamos acertar ainda mais na economia, precisamos dialogar mais com a agenda do ajuste fiscal, precisamos claramente retomar uma agenda fiscal que isso vai fortalecer ainda mais a consolidação da economia brasileira”, disse Costa Filho.
O ministro se disse “confiante” de que o governo terá um bom desempenho em 2025. “Esse ano, vamos crescer quase 3% ou até mais um pouco”, afirmou.
Segundo ele, o Brasil é um dos países “mais procurados” por investidores estrangeiros. O ministro afirmou que o governo Lula é “parceiro” da iniciativa privada e do setor produtivo.
“Nesses 3, 4 primeiros meses do ano, nós tivemos um grande crescimento de investidores internacionais no Brasil, sobretudo pelas medidas protecionistas que o presidente [dos Estados Unidos, Donald] Trump [Partido Republicano] tem tomado. Na medida que o presidente vai fechando o mercado norte-americano, o Brasil termina se transformando num grande player internacional”, declarou.
Costa e Filho citou que o Brasil se torna um bom país para investir por ter uma democracia consolidada. “Tem as instituições funcionando bem, tem uma imprensa atuando livremente e tem, naturalmente, a segurança jurídica para se prover investimentos”, disse.
“Então, o Brasil passou a ser um dos principais países emergentes do mundo procurados por investidores internacionais. Porque o Brasil tem bons projetos, o Brasil tem a segurança jurídica e o Brasil tem a oportunidade de ter várias alternativas de investimentos”, declarou.
Esses investimentos, segundo o ministro, são em áreas como petróleo e gás, energia, rodovias, ferrovias, portos e aeroportos. “Então, hoje, a gente percebe que o mercado globalizado de investidores estrangeiros já prevê investimentos no Brasil na ordem de mais de R$ 200 bilhões”, afirmou.
COP30
Costa e Filho falou sobre investimentos feitos pelo governo em aeroportos da região Norte, em especial nos que receberão os participantes da COP30 (30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas).
“A gente percebe que mais de 80 países já confirmaram presença. O que é que a gente está fazendo? Acelerando a obra do aeroporto de Belém. Investimentos de quase R$ 100 milhões. Estava programado para esse aeroporto ficar pronto só em 2028. Mas o presidente Lula pediu para a gente antecipar a obra, a gente está correndo para antecipar”, disse.
“Estamos monitorando quase que quinzenalmente o andamento da obra e esse aeroporto vai ficar pronto, reformado, requalificado para entregar à população. E, além disso, [está sendo feito] um conjunto de investimentos nos portos do Estado do Pará para também receber o turista de transporte de cruzeiros que vende navios visitar a COP30 em Belém”, declarou.
CONGONHAS
O ministro citou algumas das mudanças que serão feitas no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Segundo ele, não haverá aumento na capacidade, mas melhorias nas condições para passageiros e trabalhadores.
Segundo ele, o terminal de passageiros será ampliado “para dar mais conforto” a quem vai pegar o voo ou desembarcar em Congonhas. As estruturas de pista também serão melhoradas, para “dar mais segurança” aos pilotos e outros profissionais.
Costa e Filho afirmou que o acesso ao aeroporto “é muito ruim” e que os investimentos feitos no local vão melhorar a situação.
“A gente está fazendo um processo de um novo estacionamento, a gente tá fazendo uma área onde vai ter espaço para o Uber ou o aplicativo que trabalha com transporte poder ficar num local mais estratégico”, disse.
HUBS REGIONAIS
Costa e Filho destacou que o governo quer investir na aviação regional. “Porque, com o crescimento do turismo e do lazer e com o crescimento do turismo de negócios, a gente precisa cada vez mais fortalecer a aviação regional”, afirmou.
“Mas, também, a gente está estruturando esses aeroportos pra gente fazer hubs logísticos regionais por conta do transporte de cargas que, hoje, é um ativo do país. Por exemplo, o Mercado Livre, a Shopee, entre outros, precisam ter hubs regionais da aviação para que eles possam levar as suas cargas através dos aviões”, declarou.