O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se reuniu nesta 5ª (29.mai.2025) com o ex-prefeito de Fortaleza e aliado de longa data de Ciro Gomes (PDT), Roberto Cláudio, que anunciou a saída do PDT e deverá se filiar ao União Brasil.
A movimentação ensaia uma aliança entre os ex-adversários para se contrapor ao governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT). em 2026. Os acenos entre bolsonaristas e Ciro Gomes já são públicos.
Em evento na semana passada, o deputado federal André Fernandes (PL) disse que Ciro era “preparado” e tem “coragem para entremear o Elmano”. O deputado federal de 1º mandato chegou ao 2º turno das eleições à Prefeitura de Fortaleza, despontando com 705 mil votos na capital que vota historicamente na esquerda, mas perdeu em uma disputa voto-a-voto contra Evandro Leitão (PT).
O PL de Bolsonaro apoiaria o nome de Ciro Gomes, que seria Roberto Cláudio, ao governo do Estado, contra Elmano. Em troca, o ex-adversário de Bolsonaro nas eleições de 2018 e 2022 apoiaria Alcides Fernandes, pai de André, ao Senado.
Bolsonaristas, no entanto, disseram a Cláudio que não o apoiariam se ele permanecesse no PDT. O partido é autor da representação que culminou na inelegibilidade de Bolsonaro, determinada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Interlocutores ouvidos pelo Poder360 disseram que sugeriram que o ex-prefeito migre para a Federação União Progressista, mais alinhada a Bolsonaro. A filiação deve ser oficializada na 2ª metade de junho.
SENADO E NORDESTE
A estratégia também está alinhada com o desejo de Bolsonaro de diminuir a sua rejeição no Nordeste. Como mostrou este jornal digital, A região é o principal reduto eleitoral do PT e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em 2022, 69,34% dos votos da região foram para Lula no 2º turno e 30,66% a Bolsonaro. No entanto, em 2024, o partido avançou na região e elegeu 2 aliados do ex-presidente nas capitais (Aracaju e Maceió).
O nome de Alcides Fernandes também confirma que Bolsonaro deverá ter indicações de caráter pessoal à Casa Alta. A intenção é ter maioria para facilitar o trâmite de pautas prioritárias para o bolsonarismo, como o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal.