A agência de classificação de risco Moody’s piorou de “positiva” para “estável” a perspectiva da nota de crédito do Brasil, mas manteve o de rating em Ba1. Em outubro de 2024, a agência havia elevado a nota do país de Ba2 para Ba1, o que colocou o país a um passo do grau de investimento e bom pagador. No entanto, 2 meses depois da decisão, o país enfrentou um “pânico fiscal”, com economistas criticando a alteração do rating e o dólar batendo a casa dos R$ 6,27, como mostrou o Poder360.
O principal motivo para o rebaixamento da perspectiva de crédito, segundo a Moody’s, é a deterioração na capacidade de pagamento da dívida, pressionada por alta da inflação e expectativas inflacionárias, o que levou o Banco Central a adotar uma política monetária mais restritiva. Leia a íntegra do relatório (PDF, em inglês – 58 kB).
Outros fatores que influenciaram a decisão da Moody’s incluem:
- rigidez dos gastos públicos e incertezas fiscais: a agência aponta um progresso mais lento do que o esperado na contenção das despesas obrigatórias e na construção de credibilidade da política fiscal;
- alta nos custos de financiamento: o aumento dos juros e dos pagamentos da dívida limita a capacidade do governo de reduzir vulnerabilidades fiscais e estabilizar o endividamento no curto prazo. A Moody’s projeta que a dívida pública brasileira se estabilize em torno de 88% do PIB nos próximos 5 anos, acima da estimativa anterior de 82%, puxada principalmente por juros mais altos que o previsto.
A Moody’s afirmou que a decisão de manter o rating do país em Ba1 se deve ao crescimento sólido e sustentado de uma economia que é “grande e diversificada”.
O anúncio foi feito no dia em que o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 1,4% no 1º trimestre em relação ao 4º trimestre de 2024.
Em comunicado depois da revisão, o Ministério da Fazenda reafirmou o compromisso com a melhoria dos resultados fiscais.
“O Ministério da Fazenda reafirma seu compromisso com a melhoria contínua dos resultados fiscais e com o aprofundamento do processo de reformas estruturais, essenciais para garantir o maior crescimento econômico de longo prazo e assegurar o equilíbrio das contas públicas. Esse processo tem ocorrido – e continuará ocorrendo – por meio do trabalho conjunto entre o Poder Executivo e o Congresso Nacional, que demonstraram eficácia ao aprovar diversas medidas relevantes, incluindo uma ampla reforma tributária”, diz.