URGENTE – Justiça suspende atividades da JBS em Marabá após vazamentos de amônia

Com histórico de corrupção na Lava Jato, gigante dos frigoríficos parece não estar nem aí para saúde de seus empregados

A Justiça do Trabalho de Marabá, no Pará, determinou, neste final de semana, a suspensão imediata das atividades em unidades da JBS que utilizam amônia, após uma série de vazamentos do composto químico entre 2023 e 2025. A decisão, proferida pela 4ª Vara do Trabalho, atende a uma ação de tutela de urgência movida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) no Pará e Amapá, que aponta sérios riscos à saúde e à vida dos trabalhadores da gigante do setor frigorífico. A empresa, que já esteve no centro de escândalos de corrupção revelados pela Operação Lava Jato, hoje goza de benefícios e incentivos do governo federal, o que levanta questionamentos sobre a fiscalização de suas práticas.

Em março deste ano, o Ver-o-Fato noticiou mais um desses vazamentos em instalações da empresa no Pará – https://ver-o-fato.com.br/video-amonia-vaza-na-jbs-em-maraba-e-leva-funcionarios-ao-desespero/ -, mas parece que nada foi feito para proteger a vida dos funcionários, como aponta a urgência da decisão judicial trabalhista.

A amônia, usada em sistemas de refrigeração nas unidades da JBS, é um gás altamente tóxico. A exposição, mesmo em pequenas quantidades, pode causar irritação nos olhos, garganta e pulmões. Em casos de vazamentos significativos, os riscos são ainda mais graves: asfixia, queimaduras químicas, danos irreversíveis ao sistema respiratório e até morte.

“Os trabalhadores estão expostos a um ambiente potencialmente letal. A falta de manutenção adequada e de sistemas de segurança eficazes é uma negligência inaceitável”, afirmou o procurador do MPT responsável pela ação.

Os quatro vazamentos registrados em unidades da JBS em Marabá expõem uma falha sistêmica na gestão de segurança. Apesar de sua relevância econômica, a empresa parece priorizar lucros em detrimento da proteção de seus funcionários, muitos dos quais operam em condições precárias, manipulando equipamentos que lidam com substâncias perigosas.

Medidas urgentes para proteger vidas

A liminar da Justiça do Trabalho exige que a JBS suspenda, em até 48 horas após a intimação, as operações nas unidades que utilizam amônia, pelo prazo inicial de 60 dias ou até a conclusão de uma auditoria externa. A decisão inclui:

  • Auditoria e manutenção: Inspeção técnica de equipamentos, tubulações, compressores e sistemas de ventilação, além de testes para identificar as causas dos vazamentos.
  • Sistemas de segurança: Instalação, em até 60 dias, de monitoramento contínuo de amônia na atmosfera das áreas operacionais, com alarmes para detecção precoce de emissões.
  • Proteção aos trabalhadores: Fornecimento imediato de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) adequados e treinamento para manipulação segura de amônia.
  • Garantia trabalhista: Manutenção integral dos salários durante a suspensão das atividades.

O descumprimento das medidas acarreta multa diária de R$ 200 mil, um recado claro à JBS de que a segurança dos trabalhadores não pode ser negligenciada.

Histórico de corrupção e favores políticos

A JBS, uma das maiores processadoras de carne do mundo, já esteve no epicentro de escândalos que abalaram o Brasil. Durante a Operação Lava Jato, a empresa foi acusada de pagar propinas milionárias para obter favores políticos e financiamentos públicos.

Apesar disso, a JBS continua a receber benefícios fiscais e incentivos do governo federal na gestão Lula, o que levanta críticas sobre a leniência com empresas que descumprem normas trabalhistas e ambientais.

“Como uma empresa com esse histórico ainda opera com tamanha liberdade, enquanto trabalhadores enfrentam riscos diários?”, questiona um representante sindical local.

O que fazer em caso de vazamento de amônia

Em situações de vazamento de amônia, a resposta imediata é crucial para minimizar danos à saúde e salvar vidas. As empresas devem seguir protocolos rigorosos, e os trabalhadores precisam estar preparados. Veja as principais medidas:

  1. Evacuação imediata: Ao detectar o odor característico da amônia (semelhante a urina ou amoníaco doméstico), abandone a área imediatamente, movendo-se contra o vento para evitar a inalação do gás.
  2. Uso de EPIs: Utilize máscaras respiratórias com filtros específicos para amônia e óculos de proteção para evitar contato com olhos e mucosas.
  3. Ventilação e contenção: A empresa deve ativar sistemas de ventilação de emergência e isolar a fonte do vazamento, se seguro, utilizando equipes treinadas.
  4. Primeiros socorros: Em caso de exposição, lave os olhos e a pele com água corrente por pelo menos 15 minutos. Busque atendimento médico imediatamente.
  5. Sistemas de monitoramento: Empresas devem instalar detectores de amônia com alarmes automáticos e realizar manutenção regular de equipamentos para prevenir vazamentos.
  6. Treinamento contínuo: Trabalhadores devem receber capacitação periódica sobre os riscos da amônia e os procedimentos de emergência.

Um alerta para o setor

A decisão judicial contra a JBS é um marco na luta por condições de trabalho seguras no setor frigorífico. A medida judicial reforça a necessidade de maior rigor na fiscalização de empresas que lidam com substâncias perigosas, especialmente aquelas com histórico de irregularidades.

“A vida dos trabalhadores não pode ser tratada como secundária. A JBS tem os recursos para implementar medidas de segurança, mas parece faltar vontade”, critica o MPT.

Enquanto a empresa enfrenta a suspensão de suas atividades e a pressão por mudanças, o “imbroglio” ambiental reacende o debate sobre a responsabilidade corporativa e a influência de gigantes econômicos no Brasil. A sociedade espera que a JBS, finalmente, coloque a segurança de seus trabalhadores acima de seus lucros.

Ou seja punida com o máximo rigor.

Procedimento: 0000356-75.2025.5.08.0129

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