O aumento da devastação na Amazônia voltou a preocupar ambientalistas e especialistas em monitoramento florestal. Dados do instituto Imazon mostram que, entre agosto de 2024 e abril de 2025, a floresta perdeu 2.530 km² de cobertura vegetal, 18% a mais que no mesmo intervalo do ano anterior. O número reacende o alerta para uma possível alta no acumulado anual, já que o chamado “calendário do desmatamento” se estende até julho.
Apesar de o atual índice ainda estar 60% abaixo do recorde registrado entre 2020 e 2021, o crescimento contínuo vem acompanhado de outros sinais preocupantes, como a concentração da devastação em áreas recorrentes e o avanço sobre unidades de conservação. Somente em abril, foram desmatados 234 km², o equivalente a 780 campos de futebol por dia, com o Amazonas liderando o ranking estadual, seguido por Mato Grosso e Pará.
Nas áreas protegidas, a mais afetada foi a Área de Proteção Ambiental (APA) Triunfo do Xingu, no Pará, que perdeu 4 km² de floresta em abril. O estado também registrou destaque negativo na degradação florestal, liderando com 64% dos danos detectados no mês. Cinco dos dez municípios que mais degradaram a floresta em abril estão no Pará, com destaque para Alenquer, Altamira e Paragominas.
Especialistas alertam que, mesmo em um mês marcado por chuvas, os números já apontam tendência de alta que pode se agravar com a chegada da estação seca. “Estamos nos encaminhando para o encerramento do calendário atual. Os dados reforçam a urgência de ações contínuas e planejamento preventivo”, afirma a pesquisadora Manoela Athaide, do Imazon.
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O post Desmatamento na Amazônia cresce 18% e acende alerta para novo pico até julho apareceu primeiro em Estado do Pará Online.