Ex-ministra alemã vence eleição para presidir Assembleia Geral da ONU

Annalena Baerbock, ex-ministra das Relações Exteriores da Alemanha, foi eleita presidente da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas). A votação foi na 2ª feira (02.jun.2025), na sede da organização, onde a candidata alemã concorreu sem oposição. Ela será a 5ª mulher na posição e terá 1 ano de mandato.

Tomará posse em 9 de setembro. Serão 2 semanas antes do debate geral anual, marcado para 23 de setembro na sede da ONU, em Nova Iorque. A cerimônia de posse marcará o início da 80ª Sessão da Assembleia Geral.

Durante diálogo com os Estados que integram a Assembleia Geral, Baerbock afirmou que pretende liderar como “unificadora com ouvidos e portas abertas”. Reforçou que “as Nações Unidas são mais necessárias do que nunca”.

Baerbock indicou que suas prioridades incluirão atenção à crise climática e assegurar que a organização seja inclusiva. Acrescentou, ainda, que enfatizará a adaptação da ONU aos desafios do século 21, incluindo reformas estruturais para reduzir custos e melhorar a eficiência.

A escolha da ex-ministra causou controvérsia na Alemanha. O país responsável por indicar o candidato para o biênio 2025-2026 optou por Baerbock em vez de Helga Schmid, diplomata inicialmente considerada para a posição.

O ex-presidente da Conferência de Segurança de Munique, Christoph Heusgen, declarou à imprensa alemã ser “ultrajante substituir a melhor e mais experiente diplomata alemã internacional por um modelo ultrapassado”.

Segundo a Euronews, o ex-ministro das Relações Exteriores Sigmar Gabriel também criticou a decisão: “A senhora Baerbock pode aprender muito com ela”, afirmou Gabriel sobre Schmid.

Em resposta, Baerbock argumentou que sua nomeação era “análoga à de muitos antecessores que também foram ex-ministros das Relações Exteriores ou ex-primeiros-ministros”. Acrescentou que a decisão foi tomada em conjunto com a diplomata.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores alemão, Sebastian Fischer, expressou esperança de que a nomeação aumente a influência da Alemanha no Conselho de Segurança da ONU. Segundo ele, a organização passa por “tempos difíceis”.

[O resultado da votação] sublinha em alto nível político o compromisso político da Alemanha com as Nações Unidas e nossa disposição de assumir responsabilidade especial por este sistema multilateral em tempos difíceis”, disse Fischer.