Tragédia no Rio Douro: Afogamentos de jovens brasileiros comovem Portugal

A cidade do Porto e toda Portugal estão comovidas com uma série de tragédias envolvendo jovens estrangeiros nas águas do país. Em apenas dois dias, dois adolescentes brasileiros morreram afogados no Rio Douro, em circunstâncias diferentes, mas igualmente trágicas. As mortes geraram intensa cobertura da imprensa portuguesa e publicada pelo Oglobo.

O primeiro caso aconteceu na última quarta-feira, em Gondomar, cidade vizinha ao Porto. Rhuan Nano, um jovem baiano de 17 anos que faria 18 em 9 de agosto, perdeu a vida após saltar do cais de Gramido, em Valbom, uma conhecida zona ribeirinha. Segundo relatos, Rhuan se afogou após o salto, e as tentativas de resgate não tiveram sucesso.

O funeral do adolescente ocorreu no sábado seguinte, no Porto, cercado de dor por parte dos colegas da escola e da comunidade local. A despedida emocionada demonstrou a comoção provocada pelo caso, que rapidamente ganhou atenção nacional.

A tragédia seguinte ocorreu apenas dois dias depois. Na sexta-feira, Heitor Silva, também brasileiro e com 17 anos, desapareceu nas águas do Rio Douro após pular da famosa Ponte Luís I, cartão-postal da cidade do Porto, onde é muito comum essa prática entre os jovens.

Segundo testemunhas e colegas da escola de Gaia – cidade localizada do outro lado do rio – o salto fazia parte de um desafio para imitar as acrobacias realizadas por jovens locais que saltam da ponte em troca de dinheiro de turistas. Heitor teria sido o terceiro a saltar, ainda completamente vestido, o que pode ter contribuído para que ele afundasse rapidamente.

Um dos amigos que estava com ele e foi resgatado por um barco relatou ter tentado salvá-lo:

“Tentei puxar ele, mas não consegui. Ele afundou muito rápido e desapareceu na água”, contou o estudante, em estado de choque.

As buscas pelo corpo de Heitor mobilizam as autoridades marítimas portuguesas desde sexta-feira. A área de procura cobre aproximadamente 13 quilômetros do Rio Douro, numa operação que inclui mergulhadores, embarcações e tecnologia de rastreamento subaquático. A cobertura da mídia local tem sido constante, com transmissões ao vivo de pontos estratégicos do rio.

A comoção em torno das mortes dos dois brasileiros também se soma a outra tragédia recente em Portugal: dois jovens angolanos também morreram afogados em Leiria, no centro do país. São quatro vítimas em apenas uma semana.

As autoridades portuguesas ainda não comentaram se haverá revisão nas medidas de segurança em zonas ribeirinhas ou pontos turísticos, como a Ponte Luís I, frequentemente usada por jovens como local de salto, apesar dos riscos. A Embaixada do Brasil em Lisboa informou que está prestando assistência às famílias dos adolescentes.

Enquanto isso, o Rio Douro segue sendo vasculhado – agora não apenas por socorristas, mas também pelos olhares de um país inteiro, entristecido com a juventude interrompida de forma tão dolorosa.

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