O Ministério do Comércio da China informou na 3ª feira (3.jun.2025) que a imposição de restrição a empresas chinesas do setor de saúde em licitações na Europa é uma medida “discriminatória” e viola as regras da OMC (Organização Mundial do Comércio).
A mensagem do porta-voz do ministério chinês é uma resposta a uma reportagem da agência de notícias Reuters que diz que integrantes da UE (União Europeia) são favoráveis a impedir a participação de empresas chinesas de saúde em certames acima de 5 milhões de euros por 5 anos.
Segundo os países europeus, essa medida pode ser aplicada pelo IPI (sigla em inglês para Instrumento de Contratação Internacional). O instrumento regula a participação de empresas estrangeiras em licitações públicas no território dos integrantes do bloco europeu.
Na visão do governo chinês, a aplicação dessa proibição vai contra o princípio da competição justa no comércio global. A China afirmou que vai buscar instrumentos legais para proteger os interesses das companhias do país.
O ministério declarou que o mundo está sendo afetado pelas tarifas norte-americanas e que a decisão da União Europeia em erguer uma nova barreira econômica vai contribuir para o recuo do desenvolvimento global.
“Atualmente, a ordem econômica global sofre os severos impactos do unilateralismo e do protecionismo. Como grandes economias responsáveis, a China e a UE devem respeitar as regras da OMC, aderir aos princípios de justiça, transparência e não discriminação”, disse o porta-voz do Ministério do Comércio da China.
Nesta 4ª feira (4.jun), o ministro do Comércio da China, Wang Wentao, se reuniu com o Comissário de Comércio da UE, Maros Sefcovic. O encontro fazia parte da agenda da Mini Reunião Ministerial da OMC que foi realizada em Paris. O governo chinês não informou se o assunto da proibição de empresas em licitações europeias foi tratado.
Wang Wentao também participou de uma reunião com a diretora-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala. No encontro, o ministro chinês pediu que a organização endureça as medidas contra países que impõem sanções comerciais unilaterais contra integrantes da OMC.