Caso chocante em Fort Pierce, na Flórida, revela assassinato de criança durante suposto ritual espiritual. Mãe foi presa após confessar o crime e alegar que ‘Deus’ a instruiu a agir.
Uma tragédia envolvendo crenças religiosas extremas abalou a cidade de Fort Pierce, na Flórida (EUA), após a prisão de Rhonda Paulynice, de 31 anos, acusada de matar o próprio filho de 6 anos, Ra’myl Pierre, durante um suposto ritual de exorcismo. O caso veio à tona no último dia 30 de maio, quando o corpo do menino foi encontrado envolto em um pano dentro da casa da família, após uma verificação de bem-estar realizada pela polícia local. O Caso foi publicado pelo portal Otempo.
Segundo informações da polícia do Condado de St. Lucie, a denúncia partiu de um policial escolar, preocupado com a ausência prolongada de Ra’myl na escola — ele não era visto desde o dia 14 de maio. Após 12 dias sem comparecer às aulas, as autoridades realizaram uma visita à residência da família, onde foram recebidas pela própria mãe da criança.
“Ao chegarem à casa, foram recebidos por Paulynice, que os conduziu até o quarto onde encontraram o corpo com apenas o rosto visível,” consta no relatório policial.
Durante o interrogatório, Paulynice confessou ter sufocado o filho, alegando que seguia instruções de ordem divina para “exorcizar” demônios que, segundo ela, estariam habitando o corpo da criança. A mulher relatou aos policiais que “não estava no controle de seu recipiente”, usando o termo para se referir ao próprio corpo.
“Paulynice afirmou que era mantida acordada à noite por sonhos de Deus/Pai detalhando eventos que iriam ocorrer,” descreve o relatório. Ainda segundo as autoridades, ela afirmou ter notado mudanças no comportamento do filho e passou a acreditar que ele estava “sendo controlado por um ‘espírito’ e por um ‘inimigo’.”
A investigação concluiu que Ra’myl morreu no dia 18 de maio de 2025, mas o corpo só foi descoberto doze dias depois. Após a morte, Paulynice transferiu o corpo da criança para outra cama e o cobriu com seu cobertor favorito. Em depoimento, ela disse que verificava diariamente se o filho apresentava sinais de vida, inclusive “soprando ar quente em seu rosto”.
O xerife do Condado de St. Lucie, Richard Del Toro, deu detalhes sobre a motivação alegada por Paulynice:
“Ao falar com a mãe, ela acreditava que estava sendo instruída por Deus a basicamente exorcizar demônios do corpo da criança. Quando a criança parou de se mover e basicamente faleceu, naquele momento, ela sentiu que a criança havia sido libertada desses demônios e estava esperando que ele basicamente voltasse naquele momento.”
Ainda de acordo com o relatório policial, Paulynice declarou que “reconheceu que sabia que ele havia morrido, e ela o libertou de um espírito que ele tinha nele”. Em sua fala, afirmou ainda que foi colocada em uma posição onde teve que “tirar a vida de seu filho” e mencionou a intenção de “reiniciar sua vida”.
O comportamento da mãe durante a abordagem também chamou a atenção dos investigadores. As imagens das câmeras corporais dos policiais registraram Paulynice aplicando brilho labial enquanto respondia a perguntas sobre a ausência do filho na escola. Em um momento do vídeo, ela afirmou:
“Ele vai voltar para a escola. Vou ligar para eles. Eu nem percebi isso. Vou ligar para o professor dele.”
As autoridades descreveram sua atitude como “indiferente à morte de seu filho, ao papel que desempenhou em sua morte ou às suas ações de não relatar sua morte.”
Paulynice foi presa e teve a fiança fixada em US$ 150 mil (cerca de R$ 846 mil). Os investigadores ainda aguardam os resultados de exames toxicológicos que podem lançar mais luz sobre as condições em que o crime ocorreu. A polícia reforça que a investigação continua em andamento.
Enquanto isso, o distrito escolar do Condado de St. Lucie informou que está oferecendo serviços de aconselhamento e apoio emocional a estudantes e funcionários afetados pela tragédia.
O xerife Del Toro encerrou sua declaração com uma nota de solidariedade:
“Nossos corações estão com a família e amigos de Ra’Myl Pierre durante este momento incrivelmente difícil. Permanecemos comprometidos em descobrir toda a verdade sobre o que aconteceu.”
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