O caso da morte da professora de pilates Larissa Rodrigues, ocorrido em março deste ano em Ribeirão Preto (SP), ganhou novos desdobramentos nesta quarta-feira (4). Segundo informações divulgadas pelo portal G1, o Ministério Público de São Paulo (MPSP) afirmou que Elizabete Arrabaça — sogra da vítima e principal suspeita do crime — pesquisou na internet os efeitos do veneno conhecido como “chumbinho” dias antes do envenenamento.
De acordo com o promotor de Justiça Marcus Túlio Nicolino, a investigação já comprovou que Elizabete fez buscas no Google sobre o tóxico, o que, na visão do MPSP, afasta qualquer hipótese de acidente. “Ela, dias antes do crime, teria feito pesquisas no Google sobre os efeitos do chumbinho. Já existe essa comprovação no inquérito, o que afasta qualquer possibilidade, segundo nosso entendimento, de que esse veneno foi dado para a Larissa de forma enganosa”, afirmou Nicolino.
Além da pesquisa, o inquérito aponta que Elizabete entrou em contato com uma amiga antes da morte de Larissa para perguntar se ela possuía chumbinho em sua fazenda. A substância, altamente tóxica, foi identificada no laudo toxicológico da vítima, o que reforça a linha investigativa de homicídio qualificado por envenenamento.
Ainda conforme noticiado pelo G1, a defesa de Elizabete apresentou uma carta escrita por ela no dia 31 de maio, anexada ao inquérito. No texto, a idosa de 67 anos afirma que o envenenamento foi acidental e que tanto ela quanto Larissa tomaram cápsulas de Omeprazol sem saber que estavam contaminadas com o veneno. Segundo o relato, a substância teria sido colocada no medicamento por Nathália Garnica, filha de Elizabete, que morreu um mês antes do crime.
“Peguei o vidro do Omeprazol e tomei duas cápsulas. […] A Larissa disse que a marmita não tinha caído bem no estômago dela e perguntou: ‘posso tomar esse Omeprazol para ver se eu melhoro, sogra?’. Eu disse: ‘claro que pode’”, diz um trecho da carta.
O promotor, no entanto, refutou essa versão. Para Nicolino, o conteúdo do documento não tem “o menor fundamento” e foi escrito com o objetivo de inocentar o filho, o médico Luiz Antonio Garnica, também preso pelo crime.
“Ela também afirma que tomou essas cápsulas de Omeprazol, que, na verdade, continham chumbinho. Só que a Larissa morreu e ela, não. […] O que, na verdade, ela quer, ao mesmo tempo, é excluir a responsabilidade do filho e também dizer que tudo não passou de um acidente. Não convence”, declarou.
Elizabete e o filho foram presos temporariamente no dia 6 de maio. A Justiça prorrogou as prisões por mais 30 dias. Segundo o G1, um pedido para que a idosa cumprisse a prisão em regime domiciliar foi negado, e ela foi transferida nesta semana para a penitenciária de Mogi Guaçu (SP).
O advogado de Elizabete, Bruno Corrêa, informou que solicitou um novo interrogatório da cliente. Já a defesa de Luiz Garnica, conduzida por Júlio Mossin, sustenta que a carta comprova a inocência do médico. “Essa carta é a maior prova de inocência do Luiz. Nela, a mãe dele assume, sim, unicamente, a autoria do crime”, argumentou Mossin, segundo o G1.
A Polícia Civil e o MPSP trabalham com a hipótese de que o crime tenha sido motivado por um pedido de divórcio feito por Larissa ao marido, após ela supostamente descobrir uma traição. O caso está sendo investigado como homicídio com quatro qualificadoras: motivo torpe, uso de veneno, feminicídio e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
O corpo de Nathália Garnica — filha de Elizabete e cunhada de Larissa — foi exumado no dia 23 de maio para que se verifique se ela também foi vítima de envenenamento.
O inquérito policial segue em andamento. A Promotoria afirma que as evidências coletadas até agora apontam para um crime premeditado, e que a nova linha de defesa apresentada pela sogra apenas reforça sua culpabilidade.
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