Estudos mostram que misturas de aditivos alimentares em alimentos ultraprocessados aumentam o risco de diabetes tipo 2, mesmo para aqueles que seguem dietas saudáveis.
Duas misturas de aditivos apresentam maior risco de diabetes — uma encontrada em bebidas adoçadas e outra em alimentos processados, como sobremesas lácteas e caldos enlatados
Os aditivos alimentares danificam o microbioma intestinal, interrompem a função celular e causam danos ao DNA quando combinados, mesmo em doses baixas que correspondem aos padrões típicos de consumo.
As avaliações de segurança atuais realizadas pelas agências de saúde são incompletas, pois testam aditivos individuais em vez das combinações consumidas nas dietas diárias.
As recomendações saudáveis incluem eliminar alimentos ultraprocessados, escolher alimentos integrais ou biodinâmicos, educar a família sobre alimentos de verdade e aprender a identificar aditivos prejudiciais.
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Aditivos em alimentos modernos são onipresentes e ingeridos o tempo todo. Embora um único aditivo em sua comida possa parecer inofensivo, lembre-se de que todo o seu consumo acabará se somando. Além disso, estudos publicados associam o uso de aditivos alimentares a um risco aumentado de diabetes tipo 2.
Globalmente, cerca de uma em cada nove pessoas é diabética e mais de 40% desconhecem que já têm essa condição. Embora o conhecimento médico comum indique que o controle do diabetes tipo 2 seja feito reduzindo a ingestão de açúcar, isso não é verdade. Pesquisas mostram que os aditivos alimentares também influenciam.
Aditivos em alimentos ultraprocessados estão aumentando silenciosamente o risco de diabetes
Um estudo observacional em larga escala publicado na PLOS Medicine investigou se combinações comuns de aditivos alimentares encontradas em alimentos ultraprocessados do dia a dia estão aumentando o risco de diabetes tipo 2 na população em geral.
Liderada por pesquisadores franceses, a equipe analisou dados de 108.643 adultos durante um acompanhamento médio de quase oito anos. A abordagem única deste estudo é que, em vez de isolar aditivos individuais, o estudo se concentra em misturas de aditivos, imitando hábitos alimentares praticados na vida diária. Com base nos dados coletados, aqui estão os aditivos comuns usados em conjunto:
Mistura 1: Aditivos — Carbonatos de sódio; difosfatos; glicerol; carbonatos de amônio; carbonatos de potássio; sorbitol
Mistura 2: Aditivos — Amidos modificados; pectinas; goma guar; carragenina; polifosfatos; sorbato de potássio; curcumina; goma xantana
Mistura 3: Aditivos — Carbonatos de magnésio; riboflavina; alfa-tocoferol; carbonatos de amônio
Mistura 4: Aditivos — Carbonatos de amônio; carbonatos de sódio; difosfatos; alfa-tocoferol; DATEM; carbonatos de magnésio; lecitinas
Mistura 5: Aditivos — Ácido cítrico; citratos de sódio; ácido fosfórico; caramelo de sulfito de amônia; acessulfame K; aspartame; sucralose; goma arábica; ácido málico; cera de carnaúba; extrato de páprica, capsantina e capsorubina; antocianinas; goma guar; pectinas
- Bebidas açucaradas aumentam o risco de diabetes — Com base nos resultados do estudo, os pesquisadores observaram que duas misturas de aditivos contribuíram mais para o risco de diabetes em comparação com as outras. Especificamente, eles destacaram a mistura 5, que contém substâncias químicas encontradas principalmente em bebidas açucaradas, como refrigerantes.
- Alimentos processados também são culpados — O segundo grupo que contribui muito para o risco de diabetes é a mistura 2. De acordo com os pesquisadores, exemplos desses alimentos são sobremesas lácteas processadas, molhos e caldos enlatados.
- Mesmo pessoas que seguem uma dieta geralmente saudável correm risco — O aumento de casos de diabetes não se limitou àqueles com dietas inadequadas. Pesquisadores realizaram análises separadas, ajustando a qualidade geral da dieta.
Pessoas que seguem dietas nutricionalmente “saudáveis” ainda correm maior risco se seus alimentos contiverem essas combinações de aditivos. Isso significa que você pode consumir laticínios com baixo teor de gordura, molhos para salada de baixa caloria ou bebidas “sem açúcar” e ainda estar exposto a misturas químicas de alto risco sem nem saber.
- Misturas de aditivos agem de maneiras complexas — O estudo detectou sinais de interações sinérgicas e antagônicas entre aditivos. Em outras palavras, alguns aditivos potencializaram os efeitos nocivos uns dos outros, enquanto outros os atenuaram.
Por exemplo, na segunda mistura, os pesquisadores encontraram seis combinações de aditivos que agiram sinergicamente e quatro que pareciam se anular. A conclusão aqui é que essas interações são imprevisíveis para a sua saúde.
Os mecanismos por trás dos aditivos que você come
Vários aditivos presentes nas misturas, especialmente adoçantes artificiais como aspartame e sucralose, demonstraram em artigos anteriores causar danos ao microbioma intestinal. O resultado — o nível de açúcar no sangue permanece elevado e o risco de resistência à insulina e diabetes tipo 2 grave aumenta.
- Emulsificantes estão envolvidos na perturbação do microbioma e nos danos à barreira intestinal — Essas substâncias afetam a camada de muco que protege o revestimento intestinal. Quando essa camada se rompe, seu corpo se torna mais permeável a toxinas e gatilhos inflamatórios.
Na revisão da literatura publicada, os pesquisadores observaram que a carragenina demonstrou prejudicar a tolerância à glicose e promover vias inflamatórias que refletem o diabetes em estágio inicial.
- Efeitos metabólicos de corantes alimentares — O estudo também implicou a aplicação de corantes alimentares no contexto do diabetes tipo 2. Especificamente, os pesquisadores destacaram o Azul Brilhante (também conhecido como E133), que demonstrou alterar a função mitocondrial em outras pesquisas. Como observado em outro estudo, o Azul nº 1, um corante alimentar popular, “foi descoberto que inibe a respiração mitocondrial in vitro”.
- Não é apenas um aditivo que está causando problemas de saúde — Os pesquisadores investigaram se os aditivos individuais nas misturas eram os únicos responsáveis pelo risco. Não eram.
Quando a equipe ajustou cada aditivo individualmente, o risco de diabetes não desapareceu. Isso confirmou que não se tratava apenas de uma ou duas substâncias químicas — era o efeito combinado e cumulativo da mistura que mais importava.
As conclusões do estudo são claras. Se você está tentando controlar o açúcar no sangue e evitar disfunções metabólicas, não basta reduzir a ingestão de açúcar. Você também precisa prestar atenção às combinações químicas invisíveis adicionadas aos seus alimentos.
Reações tóxicas de misturas aditivas aparecem em células humanas
Pesquisas anteriores publicadas na Food and Chemical Toxicology adotaram uma abordagem diferente para investigar a questão dos aditivos alimentares na saúde humana. Em vez de analisar os resultados a longo prazo para os seres humanos, os pesquisadores testaram como esses aditivos comuns e suas misturas afetam diretamente as células humanas.
O estudo examinou 32 aditivos alimentares amplamente consumidos e seis misturas identificadas na coorte NutriNet-Santé, o mesmo banco de dados utilizado anteriormente pelo estudo PLOS Medicine. O objetivo do estudo é simples: expor células humanas do fígado, cólon, rins e neurônios a esses aditivos, tanto isoladamente quanto em combinações, e registrar sinais de toxicidade ou danos.
- Os aditivos individuais não causaram danos mensuráveis — No entanto, a situação mudou drasticamente quando foram combinados. Duas das seis misturas de aditivos produziram sinais claros de genotoxicidade, o que significa que danificaram o DNA das células. Esse tipo de dano levará a mutações, replicação celular defeituosa e, eventualmente, doenças crônicas.
Uma mistura em particular desencadeou esses efeitos mencionados em concentrações realistas do mundo real. Isso incluiu aditivos como amidos modificados, goma guar, ácido cítrico, aspartame e citrato de sódio.
- Mesmo combinações em baixas doses produziram efeitos surpreendentes — Os pesquisadores calcularam a exposição humana esperada convertendo a ingestão alimentar em equivalentes de concentração na corrente sanguínea. Em seguida, testaram as misturas nesses níveis realistas e ainda observaram estresse celular, danos ao DNA e redução da viabilidade celular.
Por exemplo, a mistura 2 causou um aumento acentuado na expressão de γH2AX, um biomarcador de danos ao DNA. Também reduziu as taxas de sobrevivência celular, particularmente nas células do cólon e do fígado. A mistura 5, que incluía mais corantes e adoçantes, desencadeou efeitos semelhantes nas células renais e hepáticas. Em outras palavras, essas misturas foram tóxicas em doses que correspondem às que muitas pessoas estão consumindo.
- Nem todos os aditivos se comportam da mesma forma quando combinados — Por exemplo, E503 (carbonatos de amônio) e E120 (carmim) são geralmente inofensivos por si só. Mas, neste estudo, o E503 sozinho causou genotoxicidade em três tipos diferentes de células, enquanto o E120 induziu danos significativos ao DNA em concentrações relativamente baixas.
Quando esses e outros aditivos semelhantes faziam parte de uma mistura, os danos se tornavam mais graves e generalizados. Isso significa que a mistura de substâncias químicas, e não apenas a dose, é o que causa os danos.
- Processos celulares são afetados — Os pesquisadores acompanharam outro biomarcador, o pH3, para detectar se os aditivos interferiam na mitose, o processo de divisão celular. Aditivos que interrompem a mitose levam ao crescimento celular descontrolado ou à morte celular, ambos associados a distúrbios metabólicos e ao desenvolvimento de câncer.
Voltando ao estudo, diversas misturas aumentaram drasticamente os níveis de pH3, sinalizando que essas combinações químicas de alimentos também estão interferindo na capacidade das células de se reproduzir e manter a função normal.
Em última análise, a pesquisa mostra que as avaliações de segurança divulgadas por agências de saúde com base em testes únicos são perigosamente incompletas. No mundo real, você não está consumindo uma substância química isolada — você está ingerindo coquetéis delas, muitas vezes várias vezes ao dia.
Assuma o controle de suas escolhas alimentares
Se você está lidando com problemas de açúcar no sangue, lutando contra seu peso ou apenas tentando proteger sua saúde, é importante abordar a causa raiz do problema e não se concentrar apenas em controlar os sintomas.
Conforme discutido pela pesquisa, são as combinações ocultas de aditivos alimentares industriais em produtos ultraprocessados que também perturbam sorrateiramente o metabolismo, a saúde intestinal e a função celular. Ao começar a ler os rótulos e conectar os pontos, você notará os padrões. Para proteger sua saúde, aqui estão algumas recomendações práticas:
- Pare de consumir alimentos ultraprocessados — A verdadeira solução para a causa raiz do diabetes tipo 2 é parar de alimentar seu corpo com as combinações químicas que desencadeiam o caos metabólico. Isso significa cortar qualquer produto com uma lista de ingredientes que pareça um experimento químico — conservantes, estabilizantes, emulsificantes, adoçantes artificiais e qualquer coisa que termine em “goma de mascar” ou “sorbato”.
Se você ainda come pratos congelados, bebidas saborizadas, salgadinhos de caixinha ou carnes processadas, é hora de parar. Esses são os alimentos onde as misturas de aditivos se escondem e causam seus danos.
- Escolha alimentos integrais, biodinâmicos ou regenerativos como base — Se você quer curar seu metabolismo e intestino, comece com alimentos que nunca precisaram de aditivos. Opte por frutas e vegetais frescos, tubérculos, carnes de animais criados adequadamente (especialmente ruminantes como carne bovina e ovina), laticínios crus de fazendas confiáveis e ovos de galinhas criadas em pasto.
Se você não encontrar alimentos biodinâmicos perto de você, priorize rótulos limpos e entre em contato com produtores locais. Seu microbioma intestinal precisa de comida de verdade — não de misturas químicas sintéticas.
- Eduque sua família sobre a origem dos alimentos de verdade — Se você é pai ou mãe, seus filhos precisam entender isso desde cedo. Se você cuida de pais mais velhos, ajude-os a ver como a alimentação mudou. Ensine-os a reconhecer a diferença entre uma maçã e um lanche com sabor de maçã. Lembre-os de que os alimentos não precisam ter um parágrafo com os ingredientes.
Explique como pesticidas, aditivos e aromatizantes não faziam parte da dieta humana por milhares de anos e mostre a eles a diferença em como se sentem ao se alimentarem de forma saudável. A mudança começa em sua casa.
- Verifique o rótulo ao fazer compras no supermercado — Evite produtos que contenham emulsificantes, adoçantes artificiais e conservantes. Isso inclui carragenina, goma guar, aspartame, sucralose, acessulfame-K, ácido cítrico e sorbato de potássio. Procure todos os ingredientes que você não reconhece — Em suma, seja um consumidor criterioso.
Perguntas frequentes sobre a relação entre aditivos alimentares e diabetes tipo 2
P: Como os aditivos alimentares contribuem para o diabetes tipo 2?
R: Aditivos alimentares, especialmente em alimentos ultraprocessados, têm sido associados a um risco aumentado de diabetes tipo 2, mesmo entre pessoas com dietas saudáveis. Pesquisas mostram que não é apenas a ingestão de açúcar que deve ser observada; misturas de aditivos alimentares comuns desregulam o metabolismo, elevam o açúcar no sangue e aumentam a resistência à insulina por meio de interações biológicas complexas.
P: Quais tipos de alimentos estão mais associados ao risco de diabetes?
R: Pesquisas mostraram dois grupos de produtos que contêm aditivos que contribuem muito para o risco de diabetes:
- Bebidas adoçadas — Refrigerantes e sucos de frutas processados contêm adoçantes artificiais como aspartame e sucralose, bem como corantes alimentares.
- Alimentos processados — Sobremesas lácteas, molhos e caldos enlatados incluem substâncias como amidos modificados, carragenina e sorbato de potássio.
P: Quais são os efeitos biológicos das misturas de aditivos na saúde humana?
R: Estudos constataram que misturas aditivas causam danos ao DNA, estresse celular e redução da sobrevivência celular, além de perturbação da microbiota intestinal e da barreira intestinal, além de alteração da divisão celular. Esses efeitos ocorreram mesmo em níveis realistas de exposição alimentar, especialmente em órgãos como cólon, fígado, rins e até neurônios.
P: Por que as regulamentações atuais de segurança alimentar não são suficientes?
R: A maioria das avaliações de segurança alimentar avalia os aditivos isoladamente, não as combinações que as pessoas consomem diariamente. No entanto, pesquisas revelam que, quando combinados, mesmo aditivos inofensivos interagem sinergicamente, agravando seus efeitos, ou antagonizando, mascarando os danos até que seja tarde demais. Isso torna as avaliações de segurança atuais incompletas e enganosas.
P: Que medidas os indivíduos podem tomar para reduzir seus riscos?
R: Aqui estão quatro estratégias para ajudar a colocar sua saúde de volta no caminho certo:
- Elimine alimentos ultraprocessados — Evite produtos que contenham coquetéis de aditivos (conservantes, adoçantes e emulsificantes).
- Opte por alimentos integrais, orgânicos ou regenerativos — Escolha frutas e vegetais frescos, carnes criadas em pasto e laticínios crus.
- Aprenda a ler rótulos — Evite ingredientes desconhecidos ou sintéticos.
- Eduque os membros da família — Compartilhe informações sobre os benefícios de comer comida de verdade em casa, em vez de depender de alternativas quimicamente processadas.
Fonte: https://www.globalresearch.ca/food-additive-combinations-risk-type-2-diabetes/5888836
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