A crise política entre os poderes Executivo e Legislativo em Marabá se intensificou nesta terça-feira (10), após a aprovação, pela maioria dos vereadores, da abertura de uma investigação contra o prefeito Toni Cunha (PL) por indícios de improbidade administrativa e possíveis superfaturamentos em contratos da saúde e iluminação pública.
O caso ganhou contornos ainda mais graves com o pedido formal de proteção policial feito pelo presidente da Câmara, Ilker Moraes (MDB), à Secretaria de Segurança Pública do Estado do Pará. Segundo ele, a medida se tornou necessária diante do “comportamento beligerante” do prefeito, que é delegado licenciado da Polícia Federal e costuma ostentar o uso de uma arma com munição de ponta oca.
Em entrevista concedida na manhã desta quarta-feira (11) à rádio Correio FM 92,1, Ilker afirmou que os parlamentares — especialmente os que integram a comissão processante — estão sob pressão. “Na própria sessão, o chefe de gabinete do prefeito foi destacado para conversar com os vereadores e tentar fazê-los desistir da votação. Isso foi visto como tentativa de assédio político”, disse o vereador.
Um fato chamou atenção durante a sessão: uma viatura da Polícia Militar foi vista saindo da Câmara com documentos, conforme imagens que circularam nas redes sociais. Segundo apuração, os papéis seriam relativos à formalização do pedido de apoio feito pela Câmara à Segurança Pública.
A abertura da investigação representa um novo capítulo na crescente tensão entre os poderes em Marabá. O temor de represálias, agravado pela postura armada do prefeito, expõe o clima de instabilidade política no município e o desgaste institucional da gestão.
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